As relações da presidente Dilma Rousseff com o Congresso ameaçam ficar ainda mais complicadas caso o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), continue disposto a concorrer à presidência da Câmara em 2015. Reconduzido à liderança ontem durante reunião com a bancada no Congresso, Cunha considerou não ser ;automático; o rodízio de presidências da Casa entre PT e PMDB, que existia desde 2007 para evitar brigas.
;Não há ânimo da bancada em promoção de nenhum tipo de rodízio. Temos ânimo, sim, em ter uma candidatura que represente o parlamento e que tenha o apoio da maioria. Se nessa maioria puder constar o PT, ótimo, se não puder constar o PT, que se tenha a maioria, porque o PT não é a maioria da Casa;, alfinetou o parlamentar. Na noite de terça-feira, Cunha apoiou a oposição na derrubada do decreto presidencial que tratava dos conselhos populares.
Apesar de a queda de braço com o Planalto ter vindo logo após a eleição, o líder evitou fazer associações. ;Não houve concordância do governo para isso, e o governo insistiu, sabendo que tinha a posição contrária do PMDB;, rebateu Cunha. Após a reunião, o deputado carioca sinalizou que pretende travar outras duas disputas com o Planalto, nas votações do Orçamento Impositivo e da PEC 170, que trata da aposentadoria integral. ;O Orçamento Impositivo é uma pauta da campanha do próprio Henrique Alves quando ele foi candidato a presidente da Casa e teve o apoio não só do PMDB como de todos os partidos. A votação está emperrada porque ficaram dois destaques pendentes, mas se houver quórum, nós vamos deliberar;, afirmou. Ele disse ser favorável à aposentadoria integral, desde que o benefício não seja retroativo.