Politica

Jaques Wagner é um nome certo na reforma ministerial de Dilma

O mapa vermelho do quinto maior colégio eleitoral do país, pintado por 70% dos votos no segundo turno para Dilma, o colocou na crista da onda

postado em 03/11/2014 07:35
O mapa vermelho do quinto maior colégio eleitoral do país, pintado por 70% dos votos no segundo turno para Dilma, o colocou na crista da onda
Turbinado pelo resultado eleitoral, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), virou futuro ministro de quase tudo no segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A cada dia nos jornais, é ;nomeado; para comandar uma pasta diferente. Da Casa Civil à Petrobras, passando pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic). ;Até para presidente do Bahia;, brincou. Dilma ainda não disse uma palavra sobre a escalação do novo time, mas até As Iaras, escultura em bronze que repousa no espelho d;água do Palácio da Alvorada, sabe que o Galego, como é chamado por Lula, terá lugar de destaque. O fato é que o mapa vermelho do quinto maior colégio eleitoral do país, pintado por 70% dos votos no segundo turno para Dilma, o colocou na crista da onda. E, sem oferecer nenhuma pista, segue firme como um dos conselheiros presidenciais para a montagem do novo governo.



Na boca de amigos e aliados, Jaquito, como é chamado por Dilma, é um político extremamente generoso e habilidoso. Seu principal trunfo é o poder de negociação e a capacidade para desarmar bombas potentes. ;É acima da média, um político sedutor. Diga se ele não tem cara de presidente?;, brinca um secretário do governo da Bahia ao lembrar a barba branca do petista. Para os adversários, a tranquilidade sempre aparente beira a omissão, principalmente em assuntos sensíveis de sua gestão, a exemplo da segurança pública. Alguns dizem que, em determinadas ocasiões, vira um autista político. Até um petista baiano, que preferiu não se identificar, reconheceu que ele poderia ter feito mais. ;Ele sabe que o calo da Bahia se chama segurança. Falhou neste quesito. Tranquilidade é muito bom, mas quando é exagerada passa a impressão de despreocupação. Isso é muito ruim;, diz.

Pessoas muito próximas ao governador atestam que ele ;adoraria ir para o Mdic por ter atraído, ao longo dos oito anos de sua gestão, investimento privado de R$ 19,8 bilhões para o Estado. Nesse caso, precisaria ter, antes de tudo, a garantia da presidente de que a pasta retomaria o protagonismo que teve na época do ministro Luiz Fernando Furlan, na gestão Lula, quando lançou uma política industrial agressiva e ;vendeu; o país no exterior. ;Não faz sentido ele voltar para o mesmo lugar que estava em 2005 após ser eleito, reeleito, fazer o sucessor na Bahia e ainda garantir uma votação de 61% no primeiro turno e 70% no segundo para a presidente Dilma no estado. Que prêmio é esse?;, diz um integrante do governo ao se referir à especulação de que ele pode comandar a SRI novamente.

Popularidade

Há dois anos, uma greve da Polícia Militar e outra de professores minaram a aprovação de sua gestão. A Bahia virou notícia nacional da pior maneira possível. Após derrotar o Carlismo em 2006, ao bater o candidato Paulo Souto (PFL) numa virada espetacular, sofreu um revés nas eleições municipais de 2011. O democrata ACM Neto, que desde o primeiro turno protagonizou uma acirrada disputa com o petista Nelson Pelegrino, foi eleito prefeito da capital baiana com 53,51% dos votos válidos, ante 46,49% de Pelegrino. ;É preciso analisar as circunstâncias. Ele não era o candidato e, naquele momento, sofria um desgaste grande na imprensa em razão das greves;, analisa o deputado Afonso Florence (PT-BA), ex-ministro de Desenvolvimento Agrário de Dilma Rousseff.


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