Naira Trindade
postado em 04/11/2014 07:31
Afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Sérgio Machado anunciou ontem licença de 31 dias da presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras no setor de transporte e logística. O afastamento dele deve atender ao pedido da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC), de que só continuaria a auditoria na estatal após a demissão do presidente. ;Nada devo nem temo em relação à minha trajetória na Transpetro;, disse Machado, em carta que anuncia a saída temporária.
[SAIBAMAIS]Nomeado em junho de 2003, durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador e ex-deputado filiado ao PMDB do Ceará foi citado nos inquéritos que investigam o esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Em depoimento ao Ministério Público Federal, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ter recebido R$ 500 mil das mãos de Machado entre 2009 e 2010 para a contratação de ;alguns navios;, negócio que passou pela Diretoria de Abastecimento. ;Foi entregue diretamente por ele;, confirmou Paulo Roberto.
A presença de Sérgio Machado à frente da Transpetro era vista pela PwC como empecilho para a realização da auditoria na estatal. Era esperado que a Petrobras divulgasse o balanço do terceiro trimestre no último dia útil de outubro. No entanto, não há data oficial. Agora, o resultado deverá ser divulgado em 14 de novembro, um dia antes de vencer o prazo legal de 45 dias após o fechamento do trimestre. Na sexta-feira da semana passada, a reunião do Conselho Administrativo também foi adiada.
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