Candidato derrotado do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, retornou ao Congresso Nacional nesta terça-feira (4/11). Ele foi cercado por apoiadores que gritavam "Aécio presidente; e ;fora, PT;, ao descer do carro na rampa da chapelaria de acesso ao Congresso. O tucano manifestou ainda repúdio às manifestações ocorridas no fim de semana defendendo a volta do regime militar.
[SAIBAMAIS] Antes de entrar, os eleitores de Aécio cantaram o Hino Nacional ao lado do tucano. Aécio afirmou que volta ao Cogresso para exercer o papel que as urnas lhe concederam em 26 de outubro. ;Vou fazer uma oposição sem adjetivos. Se eles quiserem diálogo, que apresentem propostas;, disse.
Entre as críticas contundentes ao governo, Aécio apontou a necessidade de melhoria dos indicadores socias e econômicos do país, além da investigação completa das denúncias de corrupção que surgem a cada dia.
"O Brasil não concorda mais com os malfeitos. Seremos um exército vigilante para cobrar o atual governo. Foram 51 milhões de eleitores. Esse número vai aumentar. As pessoas achavam que o fim das eleições iriam desmobilizar o eleitorado. Não é o que vemos ao longo dos últimos dias;, declarou Aécio. Ele também prometeu lutar contra qualquer tipo de cerceamento da mídia e das liberdades individuais e coletivas.
O candidato derrotado à Presidência criticou os protestos a favor de intervenção militar. ;Eu sou um democrata. Sou o primeiro candidato viável da geração pós-1964 e sempre defenderei as liberdades individuais, coletivas e de imprensa. Não aceitaremos retrocesso;, disse.
O tucano disse considerar natural a representação do PSDB pedindo informações sobre a remessa de dados dos resultados da última eleição presidencial. Mas declarou que isso não significa qualquer questionamento quanto ao resultado final da disputa. ;Eu fui o primeiro a ligar para a presidente para parabenizá-la pela vitória e desejar êxito no trabalho de unir novamente o país;, completou.
Ele afirmou não se lembrar de outro candidato derrotado à Presidência que tenha sido recebido com o mesmo calor humano e a mesma festa ao retornar ao Congresso e citou as palavras da candidata do PSB Marina Silva, que afirmava que às vezes se perde ganhando. ;Eu posso deitar no travesseiro com a consciência tranquila de que fiz uma campanha honrada, à altura dos sonhos e da alma do povo brasileiro. Não sei se os governistas poderão ter essa mesma tranquilidade;, disse.
Aécio voltou a reclamar que foi vítima de uma das campanhas mais ;sórdidas; da história recente da democracia brasileira. ;Esse governo utilizou como pôde e como não pôde a máquina pública, como os Correios, e ajudou a espalhar o terrorismo eleitoral junto aos beneficiários dos programas sociais. Agiu assim primeiro com Eduardo (Campos), depois com Marina e, por fim, comigo;.
Aécio, que desistiu de fazer um discurso na tribuna do Senado para guardar o pronunciamento para o encontro com as oposições amanhã de manhã na Câmara avisou que o governo precisa tomar cuidado. ;Ao olhar para a oposição eles não devem contabilizar as cadeiras que temos na Câmara e no Senado, mas sim, mais de 51 milhões de brasileiros que desejam mudança. É bom esse governo tomar cuidado para não iniciar o ano com cheiro de fim de festa;, declarou ele.