Politica

Para Mercadante, miséria não cresceu e é preciso análise "mais cuidadosa"

Ministro da Casa Civil diz nesta quinta-feira (6/11) que extrema pobreza variou na margem de erro e que o governo pediu análise dos dados que embasaram as informações do Ipea

postado em 06/11/2014 18:15
O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira (6/11) a tese de que houve uma variação dentro da margem de erro e não um aumento do número de pessoas extremamente pobres no país. De acordo com informações do banco de dados público do Instituto de Pesquisa Ecônomica Aplicada (Ipea), a proporção de miseráveis no país cresceu de 3,6% em 2012 para 4% em 2013, o primeiro aumento após 10 anos de queda contínua do índice.

;A pobreza caiu, continua caindo e há uma variação em relação a extrema pobreza dentro da margem de erro estatística da pesquisa. Portanto, tem que se tomar cuidado;, afirmou. O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) usou ontem o mesmo argumento para sustentar a afirmação de que a miséria segue em queda no Brasil.



[SAIBAMAIS] Mercadante também disse que o MDS pediu ao Instituto Brasiliero de Geografia e Estatística (IBGE) uma análise ;mais cuidadosa; sobre os indicadores de renda na Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (Pnad). O estudo é a base de dados para as informações analisadas pelo Ipea que mostram o aumento no número de miseráveis no país. Segundo o ministro, apesar de aumentar o contingente de pessoas que declararam não ter renda, cresceu também o grupo de renda baixa com acesso a saneamento básico, com máquina de lavar roupa e ensino superior.

;Os indicadores de patrimônio não batem. O que pode ter acontecido é que são pessoas que não declararam a renda e não necessariamente que tem renda zero. Então, nós queremos que o IBGE analise com mais profundidade a amostra porque todos os outros índices mostram que a pobreza caiu. E que esse indicador de zero pode ter algum problema metodológico;, disse o ministro.

O Ipea decidiu adiar a divulgação dos dados com a justificativa de que feriria a Lei das Eleições. A decisão abriu uma crise interna no órgão e levou ao pedido de demissão de dois funcionários de seus cargos de chefia. O governo foi alvo de críticas de que teria interferido na postergação da divulgação dos números. As informações sobre a miséria são resultado da análise dos microdados da Pnad que estariam prontos desde setembro, mas só foram colocados no banco de dados público do instituto em 30 de outubro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação