Politica

Ministérios: Dilma arrisca para mostrar que não está refém da Lava-Jato

As escolhas de Armando Monteiro e Kátia Abreu para o governo são uma tentativa da presidente demostrar que não está refém das denúncias na Petrobras. Nomes, contudo, passam longe da unanimidade

Paulo de Tarso Lyra
postado em 22/11/2014 08:09
Embora tenha adiado o início da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff convidou ontem dois nomes políticos de peso para compor a sua futura equipe de trabalho: o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Com isso, a presidente tenta passar o recado de que as pastas políticas não ficarão refém da Operação Lava-Jato e da lista de parlamentares envolvidos nas denúncias de corrupção na Petrobras, o que poderia adiar a formação do novo governo para depois de janeiro. Pelo movimento da petista, isso não deve ocorrer.

Monteiro e Kátia, embora não sejam unanimidades nas legendas às quais são filiados nem nos setores que, em tese, representam, são considerados pelo Planalto nomes representativos para estabelecer um diálogo com empresários e ruralistas. Além disso, tiveram papel preponderante durante a corrida eleitoral: o petebista concorreu ao governo de Pernambuco, ao lado do PT; e a peemedebista comprou a briga por Dilma Rousseff junto de representantes do agronegócio, avessos à presidente e declaradamente simpatizantes à candidatura do tucano Aécio Neves (PSDB-MG).

No caso de Armando Monteiro, há ainda uma outra questão: Dilma sinaliza com gratidão a Pernambuco, estado que lhe deu quase 2 milhões de votos de vantagem sobre Aécio no segundo turno das eleições, apesar da família do ex-governador Eduardo Campos ter declarado apoio ao presidenciável tucano.

Interlocutores pernambucanos, contudo, pontuam que Monteiro, apesar de hábil, tem pouco trânsito com os empresários que comandam o PIB nacional. Os representantes da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) são rompidos com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que foi presidida por Monteiro por oito anos durante o governo Lula.

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