postado em 24/11/2014 06:13
Parlamentares de oposição e integrantes da CPMI da Petrobras reforçaram ontem a necessidade de aprofundamento das investigações sobre o envolvimento de políticos com o esquema de corrupção na Petrobras desvendado pela Operação Lava-Jato. O coro foi intensificado pela denúncia de que o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), teria recebido propina de R$ 1 milhão do esquema para sua campanha eleitoral, em 2010. A informação teria sido revelada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, como parte do acordo de delação premiada firmado por ele com o Ministério Público Federal e a PF. Em nota, Costa negou o recebimento do dinheiro e pôs à disposição seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Segundo a denúncia, o dinheiro teria saído da cota de 1% do PP no esquema.
;Ele (Humberto) é o coordenador da bancada governista na CPMI;, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que integra a Comissão. Ele classificou a denúncia de Paulo Roberto Costa como ;dura; e ;forte;. ;Daqui a 10 dias (na próxima terça, 2 de dezembro), Paulo Roberto Costa vai ter de confirmar e detalhar essa informação no depoimento dele à CPMI. E depois as investigações vão ter de mostrar que têm procedência o que ele está dizendo. Se não tiver, a pena dele vai ser aumentada;, disse Delgado. ;Essas denúncias têm de ser apuradas, não só em relação a ele, mas a todos os outros citados na delação premiada. E então o Congresso precisa encaminhar para os órgãos competentes;, completou o mineiro. A denúncia foi publicada na edição de domingo do jornal O Estado de São Paulo.
Para o líder da oposição na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB), é fundamental garantir que os políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção ;deixem de ter o poder de atrapalhar; as investigações. ;Precisamos que as íntegras da delação premiada de Paulo Roberto Costa e Yousseff sejam compartilhadas com o Congresso o mais rápido possível. Assim teremos elementos concretos para abrir as investigações no Conselho de Ética, e para afastar os que estiverem de fato envolvidos. Não só ele (Humberto), mas todos os que tiveram envolvimento;, disse Sávio. Atualmente, a CPMI aguarda uma posição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso sobre o acesso à delação de Paulo Roberto Costa.
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