Rosana Hessel
postado em 25/11/2014 15:52
O presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não demonstrou interesse em apressar a votação do projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), eliminando a meta fiscal do governo deste ano, que foi encaminhado para votação em plenário.Ele garantiu que não inverterá a pauta da reunião extraordinária desta terça-feira (25/11). ;Nós não poderemos apreciar nada enquanto não vencermos a pauta de vetos. São 38 vetos na ordem do dia. Vamos primeiro aprecia-los. Depois trataremos da LDO;, afirmou o senador ao sair do seu gabinete, onde estava reunidos com os representantes da mesa diretora.
A medida foi aprovada na madrugada desta terça-feira (25/11) na Comissão Mista de Orçamento (CMO) pelo placar de 23 votos a favor e seis contra. A presidente tem pressa para a aprovação da mudança na LDO deste ano para anunciar a nova equipe econômica, que será liderada pelo engenheiro Joaquim Levy, ex-secretário do Tesouro Nacional no governo Lula, que ficará no comando do Ministério da Fazenda. Fontes do governo alegam que a mudança na meta do superávit garantirá à presidente mais autonomia para governar a partir de 2015, sem precisar ter que prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), o que a enfraqueceria politicamente.
Calheiros não sinalizou que tem a mesma pressa que Dilma. Ele desconversou se conseguirá aprovar a alteração da LDO até quarta-feira. ;Eu não sei. Vamos ver como evolui a sessão de apreciação de vetos. Depois disso é que vamos estabelecer a data da votação da LDO;, afirmou.
De acordo com o presidente do Congresso, a votação será feita em cédulas. ;E vamos fazê-la na forma do regimento. O regimento é um conjunto de regras que são feitas para organizar o funcionamento da casa e elas serão observadas em todos os momentos;, afirmou.
Os líderes da oposição pretendem exigir que a votação veto a veto no painel e não em cédulas. Ao ser questionado sobre o assunto, Calheiros afirmou que pretende seguir o regimento. ;O que ele mandar que seja feito, nós faremos. Há um interesse de que essa matéria ao final e ao cabo seja aprovada, mas nós não vamos atropelar absolutamente nada que prepondere o interesse nacional;, emendou o presidente do Congresso.
Descontentamento
O presidente do Congresso Nacional sinalizou que o PMDB está insatisfeito em receber apenas cinco ministérios do novo governo da presidente Dilma Rousseff. ;Você acha pouco?;, devolveu a pergunta aos jornalistas com um leve sorriso e um movimento negativo com a cabeça. O senador iniciou a sessão plenária do Congresso às 15h27, com 35 senadores e 165 deputados presentes.