O senador eleito José Serra (PSDB-SP) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes fizeram duras críticas à proposta de convocação de uma Constituinte exclusiva para a realização da reforma política. Serra disse que a proposta é ;uma tolice;. Para Gilmar, proposta revela ;despreparo; e ;espírito aventureiro;. A proposta foi defendida na última resolução da Executiva Nacional do PT, divulgada no começo de novembro.
As opiniões foram omitidas no XVII Congresso Brasiliense de Direito Constitucional, realizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Também estavam presentes o vice- presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do TSE, Dias Toffoli.
;Nós estamos vivendo o momento mais estável da democracia no Brasil, pelo menos da democracia inaugurada com a república. Porque agora vamos entrar numa aventura da constituinte? Constituinte na realidade revela despreparo, revela espírito aventureiro, e o propósito de criar instabilidade. E num momento onde nós já temos outras instabilidades instaladas;, disse Gilmar Mendes a jornalistas.
[SAIBAMAIS];Isso é inviável. Essa coisa de plebiscito ou Constituinte para fazer reforma política é uma tolice, com toda sinceridade. O Congresso pode perfeitamente votar e depois, eventualmente, nos casos mais importantes, fazer o referendo para saber se a população está ou não de acordo;, disparou José Serra.
Michel Temer, por sua vez, defendeu posição parecida com a do presidente do Senado, o correligionário Renan Calheiros (PMDB-AL). ;Eu acho que depois do Congresso formatar o projeto, ele deve submetê-lo à consulta popular. Por uma razão cívica. O povo vai às urnas. Então você traz o povo para a discussão desses temas e depois faz o referendo. Se o povo aprovar, muito bem. Se não aprovar fica tudo como está;, disse ele.