Politica

Eduardo Cunha pretende lançar candidatura à Presidência da Câmara

"Não estou aqui para ser candidato-amigo de ninguém", afirmou o líder do PMDB

Naira Trindade
postado em 01/12/2014 08:21
Às vésperas de ser lançado oficialmente pelo PMDB à disputa da Presidência da Câmara, mas já com ares de líder eleito, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conta ao Correio sobre o apoio que construiu ao longo dos três mandatos na Casa e de como pretende enfrentar o conturbado ano, que promete mais revelações e denúncias sobre o escândalo de corrupção que sangra a Petrobras.

Nem base nem oposição, o economista se define como candidato do parlamento, critica os meandros da área econômica do governo para disfarçar os números do superavit primário, mas defende o reajuste salarial dos parlamentares. ;E desde quando o salário de deputado é o fator de componente ajuste fiscal? Será que nós não temos outros coisas que são muito mais graves que foram ou podem ter sido feitas que vêm impactando as contas públicas?;, pergunta. Amanhã, o líder do PMDB se oficializa candidato à comandar a Mesa Diretora da Câmara nos próximos dois anos.

Cunha disse que não pretende fazer uma candidatura da oposição, tampouco ser submisso ao governo

O senhor não teme que surja um nome que possa esvaziar sua candidatura?
O time que quer ganhar campeonato não escolhe adversário. É óbvio que vai surgir um ou outro na disputa. É natural dentro do processo democrático. Mas o voto resolve. E se alguém aparecer com o posicionamento ou proposta melhor e me derrotar, parabéns para o parlamento. Se for o governo usando a máquina para tentar influenciar os votos dos parlamentares por meio da utilização desta máquina, isso certamente vai ter um preço que o governo vai acabar pagando depois, no exercício do mandato. E não acredito que o governo faça isso.

O senhor é candidato da base ou da oposição?
Eu não sou candidato de nenhum dos dois. Eu quero ser o candidato da Casa. É como um juiz de futebol, que os dois times acabam reclamando dele. Não pretendo fazer uma candidatura da oposição, mas tampouco quero ser submisso ao governo.

Como está a relação com o Palácio do Planalto? Quantas vezes se encontrou com a presidente Dilma Rousseff nos quatro anos de governo?
Várias vezes. Tivemos reuniões de líderes e audiências. Não tenho nenhuma dificuldade de interlocutar, de conversar com ela. Essa suposta animosidade é muito mais uma divulgação de imprensa. Ou se ela nutre, pessoalmente, nunca me mostrou. Eu também não estou aqui para ser candidato-amigo de ninguém. Eu quero ser candidato para ter uma posição política, de compromissos que são cumpridos. Esse negócio de amizade em política é tudo muito relativo. Amizade a gente faz no fim de semana com nossos amigos ou com a nossa família. Não se faz política com amigos.



Novas revelações da Operação Lava-Jato devem deixar o cenário político mais conturbado no ano que vem. Como espera lidar com isso?
Não tenho que trabalhar com isso. Em primeiro lugar, com a eleição da Câmara, só se aparecer algum candidato que tenha algum envolvimento com isso porque eu não tenho. Em segundo, eu acho que essas coisas têm de ser tratadas conforme o Regimento e a Constituição, com naturalidade. Não vou dizer que vai ter cassação, que vai ter crise institucional, até porque a Casa tem um rito. E, mesmo que existam denúncias, vários parlamentares respondem a processos no Supremo, mas nem por isso estão sendo denunciados a quebra de decoro parlamentar. A Casa é política. A representação, se existir, vai ter que tramitar. Se ela não existir, não vai tramitar.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação