Politica

Produtor rural preso repassou R$ 350 mil para campanha de Kátia Abreu

Marino José Franz é suspeito de movimentar R$ 1 bilhão na comercialização ilegal de terras da reforma agrária

postado em 02/12/2014 06:03

Kátia Abreu, senadora eleita pelo PMDB do Tocantins, afirmou que as doações ocorreram dentro do que determina a legislação eleitoral

O produtor rural Marino José Franz, preso na Operação Terra Prometida por ser, segundo o Ministério Público Federal, o braço financeiro da organização criminosa que movimentou R$ 1 bilhão na comercialização ilegal de terras da reforma agrária, ajudou a financiar, nas eleições deste ano, a campanha vitoriosa ao Senado da futura ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO). Ontem, questionada pelo Correio se havia telefonado para o empresário um dia antes de ele ser preso por agentes da Polícia Federal (PF), Kátia Abreu não confirmou, mas também não negou. Por meio da assessoria de imprensa, limitou-se a dizer que não responderia se havia conversado com o suspeito na quarta-feira passada.

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A Fiagril, empresa de Marino, doou, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 350 mil diretamente para a senadora. O próprio produtor rural, como pessoa física, repassou mais R$ 450 mil para o Comitê Financeiro Único do PMDB no Tocantins. Em 2010, a Fiagril também contribuiu financeiramente com a campanha para deputado federal do ministro Neri Geller (PMDB-MT), citado por testemunhas ouvidas pela Polícia Federal por ter favorecido a negociação ilegal de pedaços de terra que deveriam ser utilizados por agricultores beneficiados pelo programa de reforma agrária do governo federal. Ele recebeu R$ 50 mil da Fiagril em duas parcelas. O empresário Natal Aparecido Deliberalli, também preso na mesma operação, repassou R$ 10 mil para a campanha de Geller.

[SAIBAMAIS]Nas eleições deste ano, o grupo ainda fez doações de R$ 380 mil para a deputada federal Fátima Lúcia Pelaes (PMDB-AP); de R$ 300 mil para o governador eleito de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT-MT); de R$ 80 mil para o deputado estadual não eleito Dirceu Camilo Cosma (PV-MT); de R$ 20 mil para o deputado estadual R$ Valdir Mendes Barranco (PT-MT); e R$ 80 mil para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT).

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