Politica

Confusão no Congresso prejudica depoimento na CPMI da Petrobras

Convocado para dar explicações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras, o ex-diretor Ildo Sauer conversou informalmente com parlamentares da oposição

Naira Trindade
postado em 04/12/2014 06:07
Ildo Sauer afirmou que Dilma Rousseff

As mais de 10 horas da sessão do Congresso ontem resultaram no cancelamento em cascata de uma série de comissões da Câmara e do Senado. Para discutir o impasse da meta fiscal do governo, as duas Casas tiveram praticamente de paralisar as atividades. Isso porque, de acordo com o regimento, enquanto há ordem no dia nas Casas, nenhuma comissão está autorizada a votar outro assunto. Um dos principais prejuízos foi o depoimento colhido informalmente pela CPMI da Petrobras do ex-diretor de Gás e Energia da estatal Ildo Sauer. Os detalhes sequer vão constar dos autos.

Apesar de convocado e de comparecer pontualmente ao Senado para ser ouvido, Sauer recebeu a notícia de que não poderia falar. A sessão do depoimento oficial durou cinco segundos: tempo para que o senador Gim Argello (PTB-DF) abrisse e encerrasse os trabalhos. Para aproveitar a ida ao Congresso, Sauer aceitou uma proposta de parlamentares da oposição e falou informalmente a três deputados. Mas as informações não podem constar da investigação formal. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) avisou que tentará inserir trechos do depoimento no relatório final da CPMI.

Aos deputados, Sauer negou que a diretoria que comandou tenha feito parte do esquema de corrupção, como sustenta Paulo Roberto Costa, também ex-diretor da estatal. "Repudio esse tipo de afirmação. Nunca ouvi falar disso lá dentro, e, se ouvisse, tomaria as providências que me caberia". Sauer também criticou a presidente Dilma Rousseff, que "tem mais habilidade em buscar culpados do que buscar soluções".

"Todo mundo sabe das condições nas quais eu fui demitido. Tinha feito várias críticas internas e algumas públicas por divergências político-administrativas com a orientação que vinha da ministra que comandava a Petrobras, em vários campos", lembrou. Sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, Sauer diz que "revisitou" os documentos do negócio, e que chegou à mesma conclusão: o negócio valia a pena. Ele deixou na CPMI um calhamaço de papel com a versão sobre a compra da Pasadena.

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