postado em 04/12/2014 06:02
O ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB-MT), que teve dois irmãos presos pela Polícia Federal na Operação Terra Prometida e foi citado por testemunhas como facilitador do esquema ilegal de vendas de terra da reforma agrária, usou a bancada ruralista da Câmara como claque para se defender. Durante audiência na Comissão de Agricultura, na manhã de ontem, Geller chorou, alegou inocência e pediu para não ser ;achincalhado;.
Os trechos dos depoimentos prestados à Polícia Federal em que o ministro é mencionado já foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque Geller tem prerrogativa de foro. As testemunhas alegam que ele utilizava o cargo para agilizar as negociações ilegais dos lotes de terra comercializados. Odair e Milton Geller, dois irmãos do ministro que continuam presos, são acusados de utilizar laranjas para fraudar a compra dos imóveis rurais. A investigação aponta que os Geller possuem, de maneira irregular, entre 15 e 18 lotes no Assentamento Itanhangá/Tapurah, principal alvo da operação.
Ontem, o ministro, que até então estava em silêncio, falou por 15 minutos. ;Posso ser investigado, mas não quero ser achincalhado e não vou ser;, afirmou. Emocionado, disse que é um homem honrado. ;Eu não sou, nunca fui e, se Deus quiser, nunca vou ser malandro.;
Ele afirmou que, se alguém errou, terá que ser punido. ;Eu saio na mídia como quadrilheiro, como líder de um grupo organizado e afirmo categoricamente que nunca tive um lote lá. Tenho um irmão mais velho que mora no assentamento. Somos 11 irmãos, pode existir um desvio e, se tiver, é maior (ide idade) e pode ser punido;, salientou.
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