Politica

Clube de empreiteiras tinha regras escritas, diz delator

Eduardo Militão
postado em 04/12/2014 09:26
O executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto - que disse ter negociado até R$ 60 milhões em propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque - disse que as reuniões do clube de empreiteiras que loteava licitações na estatal eram marcadas por torpedos de celular. Havia regras escritas de funcionamento e alguns documentos foram produzidos pelo cartel de empreiteiras, de acordo com ele. As mensagens chegavam aos telefones dos representantes de cada construtora. Às vezes, o aviso dos encontros do cartel era feito pessoalmente. [SAIBAMAIS] Segundo afirmou em delação premiada à Polícia Federal, o chamado "clube" de empreiteiras se reunia com certa freqüência, às vezes até mensalmente. O coordenador era Ricardo Pessoa, da UTC, responsável pelo envio dos torpedos, de acordo com depoimento prestado em 29 de outubro ao delegado Felipe Hayashi, em um dos inquéritos da Operação Lava-Jato. As reuniões ocorriam nos escritórios da UTC em São Paulo, no bairro Santo Amaro, ou no Rio de Janeiro. Houve alguns encontros nas sedes da Iesa e da Queiroz Galvão, no Rio, contou Mendonça. Não havia atas das reuniões, mas cada um tomava suas anotações e guardava, como fez o próprio executivo da Toyo. Apesar disso, a coordenação do clube chegou a produzir documentos, como tabelas que Mendonça prometeu entregar aos investigadores. De acordo com ele, havia um conjunto de regras escritas sobre o funcionamento do clube. Nas conversas, os executivos discutiam os projetos da Petrobras e qual seria a prioridade de cada empresa. Havia uma "fila" de empresas que poderiam concorrer a determinadas obras. O cartel tinha 16 construtoras.

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