Politica

Operação Lava-Jato: suborno tirava metade do lucro das empreiteiras

Em delação premiada, o executivo Augusto Mendonça afirma que os 3% da propina eram "duramente" discutidos pelas construtoras

Eduardo Militão
postado em 05/12/2014 06:07

Delator informou à PF que Duque negociou R$ 60 milhões em propina

O executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que confessou ter negociado até R$ 60 milhões em propinas ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, afirmou que os subornos podiam representar até metade do lucro das construtoras. Segundo ele e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, as comissões eram de até 3% do valor dos contratos do cartel. O dinheiro abastecia os cofres do PT, do PMDB e do PP.

[SAIBAMAIS]De acordo com Mendonça, as propinas eram relevantes para as fornecedoras da Petrobras e, por isso, eram ;duramente discutidas;. O executivo explicou que as empreiteiras lucravam de 5% a 10% do valor bruto do contrato. Dependendo da margem, o pagamento de suborno significava perda de metade da lucratividade, conforme depoimento prestado pelo executivo em 29 de outubro ao delegado Felipe Hayashi, em um dos inquéritos da Operação Lava-Jato.



Mendonça afirmou ainda que uma de suas empresas, a Energex Group, fez um contrato simulado de prestação de serviços para o consórcio formado pela Toyo para obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná. Foram R$ 3 milhões. ;O valor foi pago a título de propina no exterior, na mesma conta indicada pela diretoria de Renato Duque;, disse.

O delator também informou que, juntos, Duque e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa receberam cerca de R$ 30 milhões em subornos por obras na Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo. Conforme Mendonça, a maior parte do dinheiro foi paga em espécie após a contratação simulada de empresas. A documentação desses contratos estaria com a Mendes Júnior, que atou em consórcio com a Toyo.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação