Politica

Planilha de Youssef revela contratos de obras que podem chegar a R$ 12 bi

Apreendido pela Polícia Federal no escritório de Alberto Youssef, o documento faz referência a 747 obras em estatais e empresas do setor privado. Juiz classifica lista como "perturbadora"

Eduardo Militão
postado em 06/12/2014 06:09
Porto de Mariel, em Cuba, financiado com US$ 692 milhões do BNDES, é uma das obras que constam na relação da organização criminosa de Youssef

A planilha com referência a 747 obras, apreendida pela Polícia Federal no escritório do doleiro Alberto Youssef em 17 de março deste ano, citada em despacho do juiz Sérgio Moro para sugerir que o esquema de corrupção transcendia a Petrobras, revela atuação da organização criminosa em vários empreendimentos Brasil afora e até no exterior. O volume de potenciais contratos soma mais de R$ 12 bilhões. O documento foi produzido pelo empresário Márcio Bonilho, principal sócio da Sanko Sider, empresa acusada pelo Ministério Público de permitir a lavagem de dinheiro de recursos oriundos de desvios na estatal por meio da Camargo Corrêa e de empresas de fachada de Youssef.

A lista, obtida pelo Correio, indica que a quadrilha lançou seus tentáculos em obras de estatais gigantes a exemplo da Empresa Brasileira Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras), Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), além de empreendimento da iniciativa privada.

Há também indicações de negociação nas prefeituras do Rio de Janeiro e de Barueri, Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e Companhia de Gás do Ceará. ;Na tabela, (estão relacionadas) a obra pública, a entidade pública contratante, a proposta, o valor e o cliente do referido operador, sendo este sempre uma empreiteira, ali também indicado o nome da pessoa de contato na empreiteira;, destacou o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos relativos à Operação Lava-Jato, na decisão que negou a soltura de Erton Fonseca, da Galvão Engenharia.

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