postado em 09/12/2014 15:44
Após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot sugerir a demissão de toda a diretoria da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa do comando da estatal. "No que diz respeito a atual diretoria da Petrobras, o governo reafirma a partir das informações que nos foram encaminhadas que não existem indícios ou suspeitas que recaem sobre atuais diretores, incluindo a presidente Graça Foster", disse. O ministro afirmou ainda que, de certa forma, isso é reconhecido pelo procurador-geral, "quando no pronunciamento, ele diz que ;esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa;". "Ou seja, o próprio procurador-geral diz claramente que não está imputando qualquer culpa prévia a essas pessoas", argumentou.Leia mais notícias em Política
Cardozo acrescentou também que os diretores tem colaborado intensamente com as investigações e defendeu a atuação da presidente da estatal. Segundo ele, às vezes na nossa casa não vemos que alguém faz algum ilícito, o mesmo pode ocorrer na Petrobras. "Tenho absoluta convicção de que a presidente Graça Foster tem tomado as medidas necessárias para a apuração do caso", pontuou. O ministro também participou do evento onde Janot fez o pedido pela substituição da diretoria. Após o evento, Cardozo conversou com o procurador. Segundo ele, o Janot disse que não tinha nenhuma informação nova ou que incluísse a presidente Graça Foster. Antes de falar com a imprensa, Cardozo consultou a Petrobras e falou com a presidente Dilma Rousseff.
Questionado sobre a manutenção do presidente da Transpetro, Sergio Machado, e do diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, o ministro evitou se manifestar nominalmente. "Acho que a pior coisa que existe é prejulgar as pessoas. Não vou nominar pessoas. Estou me atendo a sugestão que o procurador-geral da República fez. Ele falou de diretoria geral e foi claro quando disse que não estava imputando culpa", justificou. De acordo com o ministro, a Petrobras tem adotado uma série de medidas para apurar e coibir atos ilícitos. Entre os itens elencados estão a abertura de uma investigação interna para cada denúncia, de uma gerência de atendimento para demandas de órgãos de controle e a contratação de dois escritórios especializados em investigação para auxiliar na política de apuração.
Na manhã de hoje (9/12), Janot sugeriu a demissão da diretoria da Petrobras em um discurso na Conferência Internacional de Combate à Corrupção, na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília. ;Em se tratando de uma sociedade de economia mista, com a presença de capital majoritário da União ; e, pois, do povo brasileiro ; é necessário maior rigor e transparência na sua forma de atuar. Esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente culpa, a eventual substituição de sua diretoria, e trabalho colaborativo com o Ministério Público e demais órgãos de controle;, afirmou. Ele considerou a gestão na estatal desastrosa.