Politica

Ministro explica a deputados aumento de preço na compra de caças suecos

Celso Amorim justificou aumento de US$ 900 milhões na aquisição das 36 aeronaves em relação à cotação de 2009

postado em 09/12/2014 23:36
O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu nesta terça-feira (9/12), na Câmara dos Deputados, a compra de 36 caças Gripen NG da Suécia, anunciada no fim de outubro. Amorim foi convidado a explicar a aquisição às comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Fiscalização Financeira e Controle. Inicialmente orçado em US$ 4,5 bilhões, o negócio acabou fechado em US$ 5,4 bilhões.

"A proposta feita inicialmente, em 2009, tinha validade até 31 de dezembro de 2010. Nós conseguimos concluir a negociação em 2014, e iniciar o processo propriamente em 2015", explicou Amorim. Segundo o ministro, "sempre houve clareza" de que os preços poderiam mudar.

"A Aeronáutica, desde o início, demonstrou que haveria uma revisão, em parte devido à atuaização tecnológica, em parte a novos requisitos brasileiros e à necessidade de nacionalizar alguns equipamentos", completou. O ministro também disse que pesou na escolha do caça o fato de a Suécia não integrar nenhuma aliança militar, o que não comprometeria futuras decisões políticas ou militares.

Além de questionar o aumento do preço dos caças, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) demonstrou preocupação com o impacto para a Defesa do desajuste nas contas do Brasil. "Como fica o projeto dos Grippens e mesmo outros projetos do Ministério da Defesa, à luz da forte deterioração das contas públicas do Brasil - revelada mais claramente depois das últimas eleições presidenciais, e dos ajustes fiscais que o governo terá que fazer à força a partir do próximo ano?"

"Eu não tenho ilusões de que evidentemente, como todos os anos têm sido, uma grande dificuldade a realização do orçamento do ministério da Defesa, porque o Brasil é um país que tem grandes necessidades, tem carências em todas as áreas, mas também tem de lidar com a sua soberania", respondeu Amorim.

O ministro admitiu que as Forças Armadas precisam de mais investimentos, e comparou a taxa de investimento do PIB em defesa, 1,5%, com a média dos países integrantes do Brics, que é de 2,5%. O Brics é um bloco de países emergentes composto, além do Brasil, pela Rússia, Índia, China e África do Sul. "Nos anos em que me coube estar à frente do Ministério da Defesa, mais de 90% do investimento da Defesa foi preservado", comentou ainda sobre contingenciamentos na pasta.

Amorim ressaltou que é preciso que o Brasil esteja equipado para eventuais ameaças. "Temos necessidades de defesa indiscutíveis. Dispondo desses equipamentos, nós dissuadimos potenciais adversários de nos atacar. E não me refiro a inimigos, que felizmente o Brasil não tem inimigos, mas as situações no mundo são imprevisíveis e nós temos que equipar adequadamente as nossas Forças Armadas, ninguém discute isso."

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