postado em 11/12/2014 08:19
O plenário da Câmara decidiu ontem pela cassação do mandato do ex-vice-presidente da Casa André Vargas (sem partido-PR). Em uma votação que durou cerca de duas horas, 359 parlamentares decidiram por encerrar os trabalhos de Vargas como deputado. Foram registradas seis abstenções e um único voto contrário, de José Airton (PT-CE). A cassação em plenário, com voto aberto, põe fim a oito meses de análise do processo, iniciado em abril por meio de uma representação formulada por líderes de partidos de oposição. A previsão é de que a cassação seja publicada nos próximos dias. Diante da decisão, baseado na Lei da Ficha Limpa, Vargas fica inelegível por oito anos.
Poucas semanas depois de a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava-Jato, foram divulgadas ligações de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, apontado como o principal operador do esquema de lavagem de dinheiro e propina na Petrobras. Todos os líderes partidários, inclusive os do PT, legenda da qual Vargas se retirou para não ser expulso em abril, orientaram pela cassação.
De acordo com o relator do caso no Conselho de Ética da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), pesaram contra Vargas depoimentos colhidos pelo conselho, como o da ex-contadora de Youssef Meire Poza e o fato de o parlamentar ter mentido aos colegas na tribuna da Câmara. Em abril, Vargas chegou a negar que tivesse viajado em um jatinho cedido por Youssef, mas voltou atrás. ;Não é um resultado para mim, é um resultado para o parlamento, que resgata sua autonomia. O plenário é a instância maior da Casa para deliberar sobre um parlamentar que rompeu o decoro;, comemorou Delgado.
Dos seis parlamentares que se abstiveram, três são do PT: Sibá Machado (AC), Dalva Figueiredo (AP) e Beto Faro (PA). Também preferiram não votar os deputados Júlio Campos (DEM-MT), Nelson Meurer (PP-PR) e Luiz Fernando (PSD-AM). Reportagem publicada pela revista Veja em maio mostrou que Meurer frequentava um escritório pertencente a Youssef na Zona Oeste de São Paulo com outros parlamentares. Na ocasião, Meurer reconheceu ao Correio ter ido ao escritório ;cinco ou seis vezes;, mas disse que ;não se lembrava se realmente teria visitado Youssef;. Já José Airton deixou a Câmara logo após a votação e não pôde ser localizado pela reportagem.
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