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Coordenador da Comissão da Verdade pede à Câmara que dialogue com militares

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, pediu à Câmara e ao Senado que dialoguem com as Forças Armadas a fim de que elas assumam sua responsabilidade institucional pelas graves violações dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Na visão de Dallari, deputados e senadores têm essa oportunidade na medida em que representantes dos militares vêm constantemente ao Congresso negociar apoio a projetos das Forças Armadas.

[SAIBAMAIS] "O Parlamento vota o orçamento deste País, e as Forças Armadas têm recebido um enorme apoio da sociedade a seus projetos. Mas não há reciprocidade, não há contribuição no sentido da reconciliação nacional", afirmou o coordenador em audiência pública no Senado, nesta quinta-feira (11/12), com a participação de comissões da Câmara dos Deputados. "É importante colocar na pauta do Congresso esse diálogo. O silêncio do Senado e da Câmara reforça essa atitude [das Forças Armadas]."

Segundo Dallari, o silêncio das Forças Armadas acerca do assunto "vai significar que não há por parte delas a convicção de que não tenha sido correto o que fizeram". Já o reconhecimento representaria "a superação desse período da história".

Relatório
Ontem a Comissão da Verdade entregou, à presidente Dilma Rousseff e ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, um relatório com o resultado dos trabalhos do grupo. O documento aponta os nomes de 377 agentes públicos responsáveis pela repressão política e de 434 vítimas, além dos locais onde ocorriam as sessões de interrogatórios forçados, prisões ilegais e desaparecimentos. A comissão também pede que os culpados sejam processados.