Politica

MP pede o ressarcimento de R$ 1,25 bilhão aos cofres públicos

Em denúncia apresentada ontem à Justiça, MP pede a perda de bens de 36 pessoas ligadas a Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e empreiteiras. Penas podem chegar a 50 anos de cadeia

Eduardo Militão
postado em 12/12/2014 08:00
Dallagnol apresenta detalhes do funcionamento do cartel de empreiteiras: pedido para manter prisões
O Ministério Público fez ontem cinco denúncias contra 36 pessoas envolvidas na Operação Lava-Jato, entre elas 23 executivos e funcionários de seis empreiteiras, por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. De acordo com os procuradores, o esquema de subornos na Petrobras era ainda maior que o imaginado inicialmente, pois as propinas chegavam a 5% dos contratos do cartel. As ações pedem pagamento de cerca de R$ 1,25 bilhão, sendo R$ 971 milhões de ressarcimento aos cofres públicos, e manutenção das prisões dos executivos, detidos desde 14 de novembro. Se condenados, eles podem pegar penas de mais de 50 anos de cadeia. As denúncias serão analisadas pelo juiz da 13; Vara Federal, Sérgio Moro, e os acusados poderão se defender. As próximas investigações vão mirar em novas empresas, diretores da Petrobras e políticos.



Em outubro, em depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, disse que o PP, o PT e o PMDB eram beneficiados com recursos de contratos superfaturados da estatal. Segundo o ex-diretor, empreiteiras repassavam 3% do valor de contratos superfaturados aos três partidos. A investigação ameaça chegar também ao Palácio do Planalto. Em 2009, em e-mail enviado à então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, Paulo Roberto Costa alertava o governo sobre irregularidades encontradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em três obras da empresa ; entre elas a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco ; que abasteciam o esquema de desvio de recursos da estatal. A recomendação do órgão era suspender as obras.

"Estamos numa guerra contra a corrupção", afirmou o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, em entrevista coletiva em Curitiba (PR). Ao lado dele, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, garantiu a continuidade das apurações, que ainda envolverão políticos. "Essas pessoas roubaram o orgulho dos brasileiros. De forma equilibrada e responsável, mas muito firme, essa investigação chegará ao final."

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