Politica

Petrobras: PT acredita que permanência de Foster é insustentável

Graça é envolvida em novas denúncias que indicam a conivência dela com a corrupção. Oposição exige a demissão da executiva

postado em 13/12/2014 08:00
E-mails da ex-gerente executiva de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca (E) teriam alertado Graça (D) sobre os demandos na estatal

Dois dias após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter sugerido a demissão da atual diretoria da Petrobras, novas denúncias colocam a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, blindada pelo Planalto, no centro do escândalo de corrupção entranhado na petrolífera. Mensagens de e-mails, encaminhadas desde 2009 pela ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca, indicam que Foster foi alertada sobre ilegalidades em contratos e licitações. Ontem, a oposição cobrou a demissão da presidente da empresa e confirmou que o nome de Foster será incluído na lista de indiciados do relatório paralelo da CPMI da Petrobras. O documento, preparado pelos oposicionistas, será apresentado na próxima quarta-feira.

A denúncia contra a presidente da Petrobras foi publicada na edição de ontem do jornal Valor Econômico. Informações de bastidor apontam que as revelações causaram um grande mal-estar no Planalto. Dentro do PT, a avaliação é de que a situação de Foster ficou insustentável. Petistas avaliam que a presidente da República deve agir rapidamente para tentar evitar novos ataques.

De acordo com a reportagem, ela foi alertada, inicialmente, a respeito de contratações irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento, administrada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012. As primeiras denúncias de Venina tiveram como foco pagamentos de R$ 58 milhões por serviços que não foram realizados na área de comunicação da estatal, em 2008. Ela teria procurado o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa para reclamar das irregularidades.

Um ano depois, Venina encaminhou um e-mail para a diretoria de Gás e Energia, comandada por Graça Foster na época, informando sobre desvios na implantação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras, que inicialmente foram orçadas em US$ 4 bilhões, chegou a US$ 18 bilhões após assinaturas de contratos aditivos. Depois que as denúncias foram encaminhadas, a ex-gerente foi transferida para Cingapura, na Ásia, e, em novembro, afastada da petroleira. Conforme a denúncia, neste ano, antes da deflagração da Operação Lava-Jato, Graça Foster foi alertada novamente. Dessa vez, as mensagens indicavam cometimento de fraudes em unidades da Petrobras no exterior.

Na terça-feira, poucas horas depois do pronunciamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, superior hierárquico da Polícia Federal, à frente das investigações da Lava-Jato, convocou uma entrevista coletiva e saiu em defesa da atual diretoria da Petrobras. Afirmou que não há informações de que eles tenham cometido atos ilícitos e, por isso, devem permanecer nos cargos. ;Não estou dando recado, mas uma posição do governo a partir de uma sugestão do procurador-geral da República. Estou dizendo que não há indício contra a atual diretoria.;

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