Politica

Dilma começará segundo mandato com o enfraquecimento da Petrobras

A maior empresa brasileira apresenta um desgaste cada vez maior com as denúncias de corrupção

postado em 15/12/2014 08:14
Daqui a três semanas, a presidente Dilma Rousseff (PT) inaugura a próxima gestão sem ter conseguido se livrar de um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. A lama que ainda mina da Petrobras atravanca o tão propagado ;governo novo, ideias novas;. A presidente, que pretendia aproveitar o início do mandato para tentar emplacar as reformas prometidas e colocar novamente o Brasil no trilho do crescimento, recebe das próprias mãos uma herança maldita. Leva para o novo mandato o derretimento contínuo da maior empresa brasileira, as implicações criminais de companheiros de partido e o desgaste político decorrente das denúncias sem-fim de desvios bilionários.

A maior empresa brasileira apresenta um desgaste cada vez maior com as denúncias de corrupção

Para piorar o início da nova gestão petista, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai autorizar, no começo do ano, a abertura de inquéritos contra as dezenas de políticos, grande maioria da base aliada, envolvidos no esquema criminoso entranhado na petroleira. Os nomes de ministros, senadores, ex-governadores e deputados foram delatados pelo doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, considerados os líderes da organização criminosa.

O professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Calmon prevê um início de governo complicado. Ele avalia que a presidente perde ;a janela de oportunidade; que se abre no início de todas as gestões. ;Normalmente, há um espaço para os reeleitos, uma janela de oportunidade no início do governo, para novas iniciativas num período de mais boa vontade e disposição. É uma janela que se abre para mudanças importantes, para se fazer ajustes.;



Calmon alerta que o esquema criminoso descoberto na estatal fecha esta oportunidade. ;O escândalo da Petrobras afeta este momento e torna bem mais difícil que se aproveite este início de governo, com uma nova equipe no ministério, um novo Congresso, para fazer as mudanças planejadas.;

Governistas ouvidos em reserva pelo Correio afirmaram de maneira unânime que o início da nova gestão será apenas para ;enxugar gelo;. Um senador petista declarou, reservadamente, que não há como a presidente tocar as reformas com um escândalo desta dimensão em seu quintal. Para ele, não existe clima político para isso. Há o temor de que a carga de denúncias contra o tesoureiro do PT, João Vaccari, possa aumentar e jogar o Planalto no centro do escândalo. Vaccari foi acusado pelos delatores de ser ;o homem do PT; responsável pela arrecadação dos recursos desviados na petrolífera para irrigar os cofres do partido e, consequentemente, campanhas políticas. Ele esteve à frente da contabilidade da campanha vitoriosa da petista.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação