Paulo de Tarso Lyra
postado em 15/12/2014 08:32
As três principais legendas citadas como beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras desvendado na Operação Lava-Jato têm também a situação indefinida na reforma ministerial. Se a presidente Dilma Rousseff, que celebrou nesse domingo (14/12) 67 anos em Porto Alegre, precisará decidir se demite ou não a atual diretoria da Petrobras, ainda terá como missão montar o quebra-cabeça do espaço do PMDB na Esplanada, responder ao PP se ele continuará ou não com o Ministério das Cidades e acalmar o PT. A legenda declarou fidelidade à presidente mas reclama pelos cantos a posse de pastas mais estratégicas e ainda monta, com o auxílio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quase um gabinete paralelo.
Dilma segue sem conseguir acertar o compasso com o principal aliado na coalizão governista. Existe a expectativa, ainda não confirmada, de que a presidente sente hoje com o vice-presidente Michel Temer para tentar organizar a bagunça, algo que ainda não ocorreu. Ela já conversou na semana passada com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar definir aos menos as três indicações do Senado. Não conseguiu.
Indefinição
O PMDB terá um ministério a mais do que os cinco que ocupa atualmente. Mas Dilma jamais deixou claro, nem mesmo para Renan, qual seria a pasta agregada ao portfólio peemedebista. Especula-se que seja a Secretaria dos Portos, comandada hoje por César Borges. Mas ainda é apenas uma especulação. Com isso, o xadrez segue emperrado. Na prática, confirmados estão apenas a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que toma posse hoje na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e Moreira Franco, que permanecerá na Secretaria de Aviação Civil. Todo o resto segue em aberto.
Dança das cadeiras
PT
; Situação atual: 17 ministérios
; Situação futura: resiste a entregar alguma pasta e ainda quer abocanhar o Ministério das Cidades
PMDB
; Situação atual: cinco ministérios (Previdência, Agricultura, Turismo, Minas e Energia, Aviação Civil)
; Situação futura: ganhará mais uma pasta, mas não consegue chegar a um acordo de quem vai para onde
PP
; Situação atual: um ministério (Cidades)
; Situação futura: quer manter a pasta, mas sabe que PMDB, PT e o PSD de Gilberto Kassab estão de olho nela
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