postado em 15/12/2014 13:45
Um grupo invadiu a sede da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na manhã desta segunda-feira (15/12), em manifestação contra a nomeação da senadora e presidente da CNA Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Esta noite, ela toma posse para mais um mandato como presidente da CNA. Nos próximos dias, ela deve entrar em licença do cargo e ser anunciada ministra. Os manifestantes chegaram ao prédio pouco antes das 11h e arrombaram a grade de segurança por volta das 11h20. De acordo com a Polícia Militar, aproximadamente 70 pessoas participam do movimento. Um pequeno efetivo da PM está mobilizado em frente ao edifício, mas nenhum tipo de força policial foi usada até o momento. Ligados ao Movimento Brasileiro dos Sem Terra (MBST) e a Frete Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL) os manifestantes preveem um cenário desfavorável para os pequenos agricultores em uma gestão de Katia no ministério. "O pouco que conseguimos avançar nos últimos anos vai andar para trás com essa nomeação. Se Dilma realmente fizer isso, está chamando todos os movimentos para uma guerra", disse o dirigente nacional da FNL, Antônio Carlos dos Santos. "Eu acho que ela tinha que pedir exoneração do mandato de senadora e voltar para casa", ironizou a liderança.
"É um fato que a situação vai piorar com ela na repressão aos pequenos, no uso de agrotóxicos e com cada vez mais terras para o agronegócio", listou o coordenador nacional do MBST, Manoel da Conceição.
Os manifestantes alegam que o movimento é pacífico e que a derrubada da grade se deu após uma suposta agressão por parte de um dos seguranças da CNA contra o grupo. Por meio da assessoria de imprensa, a entidade nega o uso de qualquer tipo de violência e diz que já está tomando as medidas judiciais cabíveis para a reintegração de posse. A assessoria ressaltou que não há um posicionamento oficial da confederação, uma vez que nenhuma reivindicação foi encaminhada especificamente para a entidade. Apesar do clima tenso, as pessoas que participam do protesto têm acesso aos banheiros do edifício.
Às 13h30, cinco representantes do movimento foram recebidos para apresentar as reivindicações para a CNA.