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MST faz críticas à Kátia Abreu para a presidente Dilma Rousseff

'Ela representa mais veneno na mesa, mais trabalho escravo, representa mais repressão aos indígenas e quilombolas', resumiu Alexandre Conceição, da coordenação nacional do movimento

postado em 15/12/2014 18:53

Reeleita para a presidência da CNA, a senadora Kátia Abreu toma posse na noite desta segunda-feira (15/12)

Em reunião com a presidente Dilma Rousseff, lideranças do Movimento Sem Terra (MST) fizeram uma crítica contundente à nomeação da senadora e presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Kátia Abreu (PMDB-TO), para o Ministério da Agricultura.

;Mostramos para ela a importância da não nomeação da Kátia Abreu por tudo que ela representa para a agricultura brasileira. Representa mais veneno na mesa, mais trabalho escravo, representa mais repressão aos indígenas e quilombolas, portanto uma ministra dessas não representa os anseios dos movimentos populares é por isso que nós somos contra a nomeação da ministra Kátia Abreu;, explicou Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST. De acordo com ele, a presidente não se manifestou sobre o assunto.

[SAIBAMAIS]Para Conceição, a senadora não tem apoio político nem do agronegócio. ;Ela tem uma conjuntura política que não permite que ela seja ministra de um governo que foi eleito nas ruas com muita batalha política, então portanto se a presidente vai nomear a ministra, isso é uma definição da presidente, mas uma definição, se ela fizer, ao nosso ver, equivocada;, emendou. Segundo ele, se a indicação de Kátia for confirmada, ela sofrerá as indignações dos movimentos sociais.

;O certo é que daqui para o próximo período o MST segue sua orientação política de luta pela terra, de ocupação do latifúndio, de reivindicar pro governo o assentamento das 120 mil famílias e também seguir o nosso protesto contra o agronegócio e se a Kátia Abreu virar ministra também sofrerá as nossas indignações naturais que vão ocorrer;, prometeu.

O MST fez um balanço da reforma agrária no governo da presidente Dilma Rousseff e apresentou uma lista de reivindicações. De acordo com Conceição, a presidente se comprometeu com a principal solicitação do grupo, o assentamento das 120 mil famílias acampadas pelo país. O grupo, que pediu mais agilidade na reforma agrária, também quer que o governo mude o perfil do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).



;Não basta só ouvir, reuniões, cafézinho e água. Tem que ter ações concretas e ela está disposta a essas ações. Nossa próxima reunião vai ser quando ela formar o novo governo, aí nós traçaremos os planos metas. Espero no carnaval já ter isso resolvido;, comentou Conceição.

Reeleita para a presidência da CNA, a senadora Kátia Abreu toma posse na noite desta segunda-feira (15/12), com a presença da presidente Dilma. A expectativa é que na cerimônia, a presidente faça uma sinalização de que ela será a próxima ministra da Agricultura.

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