Daniela Garcia
postado em 16/12/2014 15:59
O Conselho de Ética da Câmara abriu nesta terça-feira (16/12) processo discipliar contra o mandato do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O pepista é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao dizer que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "porque ela não merece". Prestes a terminar o ano legislativo, é mais provável que ocorra um arquivamento do processo. [SAIBAMAIS]O pedido de cassação de Bolsonaro foi protocolado pelo PT, PSB, PCdoB e PSol. Apesar do previsível arquivamento do processo neste ano, pode ser decidida a reabertura em 2015. "É importante que o Conselho de Ética já tenha aberto o processo. Ele (Bolsonaro) queria era adiar isso. Mas nós não vamos deixar. A Câmara não pode ser desmoralizada mais uma vez", afirmou a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).
Esta foi a ultima reunião do ano do Conselho de Ética. O presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP) admitiu que ainda há muitas duvidas em relação a sequência desse processo: ele poderá ser arquivado ao final desta legislatura e ser reaberto na próxima, mas a palavra final ainda depende de uma consulta feita à Mesa Diretora da Câmara.
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Os nomes sorteados para fazer a relatoria do processo foram os dos deputados Marcos Rogério (PDT-RO), Ronaldo Benedet (PMDB-SC) e Rosane Ferreira (PV-PR), que acabou não sendo reeleita. O relator será escolhido pelo presidente do conselho, Ricardo Izar (PSD-SP).
Em sua defesa, Bolsonaro disse que foi ofendido pela petista em episódio de 2003. "Eu falei que foram alguns dias, mas foram anos", alegou. Na ocasião, ele discutiu com Maria do Rosário, que era deputada, diante das câmeras da RedeTV! no Congresso Nacional. Ela acusou Bolsonaro de promover violência sexual: "O senhor promove sim", dizia a deputada. "Grava aí que agora eu sou estuprador", retrucou o pepista. "Jamais iria estuprar você, porque você não merece", acrescentou.
"Apesar de nós homens sermos mais insensíveis a provocações, ela me chamou de estuprador", disse Bolsonaro. Ele também acusa o PT de fazer da sua cassação uma forma de desviar o foco do escândalo da Petrobras. "Querem aqui buscar alguém para desviar o foco desta questão grave que tem acontecido no Brasil no tocante de desvio de recursos em especial na Petrobras".