Politica

"Escândalo da Petrobras é o maior da história contemporânea", diz Aécio

postado em 17/12/2014 18:59
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) elogiou o relatório paralelo da CPMI da Petrobras, apresentado nesta quarta-feira (17/12) pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). O documento se contrapõe ao relatório oficial, de autoria do deputado Marco Maia (PT-RS). O autor do texto alternativo também criticou a versão do petista, que seria "frágil".

"O episódio da Petrobras não é apenas o maior escândalo de corrupção da nossa história contemporânea, é o maior da história contemporânea do planeta, e por isso nós precisamos agir", lamentou Aécio. "Não é possível que com tantas denúncias, confissões e indicamentos já feitos, o Congressio Nacional passasse ao largo dessas questões", continuou o tucano, que engrossou o coro dos que defendem uma nova CPMI na próxima legislatura, já a partir de fevereiro.

"O relatório apresentado hoje pelas oposições preencheu uma enorme lacuna deixada pelo relatório oficial. Portanto, resgata o papel do Congresso Nacional, mostrando a complexidade dessa organização criminosa que se instalou ao longo desses últimos 12 anos de governo do PT no núcleo da nossa maior empresa, a Petrobras", completou Aécio. "Na verdade, o relatório de Marco Maia parece estar vendo um país diferente e uma empresa que não é a Petrobras", ironizou.

Para Sampaio, "o relatório apresentado pelo relator é frágil, e não abordou todas as questões que deveriam ser abordadas", criticou Sampaio. O tucano diz que ficaram de fora do texto do petista o eventual envolvimento do Palácio do Planalto nas denúncias e a participação de políticos, empresários e servidores públicos, com a individualização das condutas criminosas.

"Portanto, o nosso relatório foi muito além do dele. Propusemos inclusive o indiciamento da Graça Foster por falso testemunho e prevaricação. Nenhum desses fatos foi sequer mencionados no relatório de Marco Maia", disse Sampaio, que defendeu o próprio texto como um "estudo aprofundado, técnico, jurídico e lógico". "Nada de político tem nele", garantiu o tucano.

Maia
"Não há indiciamento de políticos porque nós não tivemos acesso à delação premiada. O que nós temos são informações de jornal, vazamentos de informações que não se confirmaram porque não tivemos acesso à delação premiada. Não posso partir apenas de uma ilação para fazer uma acusação grave, desta natureza, pedindo já o indiciamento de um agente político apenas por isto. Seria uma temeridade e uma irresponsabilidade", rebateu Maia.

Embora tenha defendido a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster - que "não apareceu, não esteve em nenhum momento em nenhuma investigação, seja ela da Polícia Federal, do Ministério Público, ou até mesmo nos documentos que recebemos na CPMI" -, Maia não vê condições da permanência dela no cargo. "É óbvio que a condição política, o momento político que passa a Petrobras, o momento econômico, exige uma mudança, uma transformação. Esta não é uma recomendação de um relatório de uma CPMI. É uma decisão que deve ser tomada pela presidente", explicou.

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