Naira Trindade
postado em 18/12/2014 13:23
Por 19 votos favoráveis e oito contrários, a CPMI da Petrobras aprovou no início da tarde desta quinta-feira (18/12) o parecer do relator Marco Maia (PT-RS) que recomenda o indiciamento de 52 pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. A oposição não conseguiu colocar o relatório alternativo em votação.A última versão do parecer de Marco Maia pede ao Ministério Público Federal o indiciamento de investigados pela Justiça, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Os políticos mencionados no esquema foram poupados do parecer considerada pela oposição como um ;relatório carta branca e governista;.
Após receber críticas por apresentar um relatório que não indiciava nenhum envolvido, o deputado Marco Maia decidiu alterar a versão apresentada. Ontem (17/12), o relator causou mal estar no Planalto ao defender a saída de Graça Foster da presidência da Petrobras. Nesta quinta (18/12), Maia voltou a defender que a manutenção dela é insustentável mesmo após o ministro Ricardo Berzoini (SRI) ter defendido que Graça fica.
As recomendações da CPMI podem não ter efeitos práticos, pois os indiciamentos sugeridos já estão em investigação pela Justiça Federal do Paraná.
Atraso
A sessão começou com uma hora de atraso e após pressão da oposição. Antes de iniciar a sessão na manhã desta quinta-feira (18/12), os deputados da oposição tentaram buscar parlamentares da base que estavam em uma reunião a portas fechadas na sala do Gim Argello. Segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Antônio Imbassahy (BA), havia quórum suficiente na sala do senador para somar aos dez parlamentares que já haviam assinado a lista de presença na comissão. ;Se transferirmos a sessão para lá daria quórum;, denunciou Imbassahy. Até as 11h, dez congressistas haviam registrado presença na sessão.
[SAIBAMAIS]Às 11h, deputados e senadores da base resolveram se juntar à CMPI da Petrobras. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), iniciou a discussão afirmando que o relatório apresentado ontem (17/12) "não atende a oposição". Na sequência, o líder Imbassahy frisou que ; apesar de o relatório não representá-los ; ;o mais importante era votá-lo e tornar pública a opinião de cada parlamentar em relação ao parecer;.
Um impasse tomou conta das discussões. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) rejeitou a proposta do presidente em exercício Gim Argello de dar seqüência à sessão do ponto em que foi encerrada ontem. Onyx queria que houvesse discussão do relatório. Houve gritaria e confusão. Senadores e deputados defenderam seus pontos de vista. Gim Argello definiu que dois parlamentares da base e mais dois da oposição teriam direito a discursar.
Em seguida, parlamentares devem votar o parecer apresentado pelo relator Marco Maia (PT-RS), que mudou seu relatório e resolveu indiciar 52 pelo escândalo na Petrobras depois que leu na semana passada a primeira versão apresentada sem indiciar nenhum envolvido no esquema de corrupção.