Politica

Desde 2008, TCU aponta irregularidades em projetos citados por Youssef

Os projetos não se restringem a obras da Petrobras: abrangem também área de transportes, esgoto e abastecimento

postado em 21/12/2014 08:05
Em março deste ano, a Polícia Federal apreendeu no escritório do doleiro Alberto Youssef uma lista com referências a 747 projetos de infraestrutura espalhados pelo país. Levantamento feito pelo Correio mostra que órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União, porém identificaram bem antes quase R$ 1 bilhão em sobrepreço ou irregularidades em 10 das obras citadas na planilha de Youssef. Os projetos não se restringem a obras da Petrobras: abrangem também área de transportes, esgoto e abastecimento. Os órgãos responsáveis pelas irregularidades vão desde prefeituras até entidades do governo federal, como a Infraero e o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).

A tendência é que mais obras da planilha do doleiro sejam denunciadas, conforme avancem as investigações na trilha aberta pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Na última terça-feira, por exemplo, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou a Petrobras e a construtora Andrade Gutierrez por desvios na ampliação do Centro de Pesquisas (Cenpes) da petroleira, no Rio. A obra está na planilha, que cita a ;Construção e Montagem do Sistema de Geração e Distribuição da Água Gelada (CAG); do Cenpes. Pela planilha, Youssef almejava fechar um contrato de R$ 237 milhões. Com base em auditorias do TCU, a denúncia do MPRJ estimou em R$ 31 milhões o superfaturamento total na obra. Os promotores citam como exemplo a compra de uma caixa de passagem, de alumínio. Enquanto o preço de mercado do item é de R$ 13, no contrato da Petrobras a mesma unidade é cotada em R$ 1.572.

Várias das obras citadas na planilha de Youssef também frequentam as páginas do relatório Fiscobras, desde 2008. Editado anualmente pelo TCU, o levantamento é encaminhado ao Congresso com projetos onde se recomenda a retenção de valores e até a paralisação do trabalho. O caso mais conhecido é o da Refinaria de Abreu e Lima (PE). Citada dezenas de vezes na planilha de Youssef, a obra teve a paralisação recomendada em 2010, em 2011 e em 2012. Mas a recomendação de paralisação também atingiu obras menos vistosas, como a da adutora de Italuís (MA), citada na planilha, e que teve a interrupção recomendada em 2008. Outro caso é pouco conhecido é a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, incluída no Fiscobras de 2010. Naquele ano, o TCU apontou sobrepreço de R$ 129,6 milhões nas obras.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação