Naira Trindade
postado em 22/12/2014 07:30
Em ano de Copa do Mundo, campanha eleitoral e orçamento de R$ 4,34 bilhões para bancar os custos da Câmara, deputados federais converteram só 106 propostas em leis no plenário e nas comissões. O número ; registrado até 11 de dezembro ; é menor que o produzido no mesmo período de 2013, quando foram aprovadas 112 propostas. Apesar da baixa produtividade, no apagar das luzes, parlamentares deram uma resposta à sociedade e cassaram o então deputado André Vargas (ex-PT-PR) por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Levantamento elaborado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) a pedido do Correio mostra o ritmo de trabalho seguido pelos deputados durante o ano. Os dados, porém, não levaram em consideração as sessões da última semana, quando parlamentares tentaram limpar uma pauta acumulada de votações e o governo enviou uma série de matérias que tratam, por exemplo, de remanejamento de crédito. A coleta dos dados completos só será possível a partir do encerramento do ano.
Na contramão da produtividade, destoa um orçamento de R$ 4,34 bilhões para arcar com os mais diversos gastos dos parlamentares. Viagens, hospedagens, verbas de gabinete, salários, auxílios, custeios com alimentação, telefonia e outros benefícios a que os deputados têm direito. Com todas as regalias à disposição, chama atenção a dezena de parlamentares envolvidos em escândalos de desvios de verbas, como os nomes revelados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em delação premiada, divulgada pelo jornal O Estado de S.Paulo. O esquema de corrupção dos envolvidos teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
Os escândalos da Lava-Jato no Congresso já tiveram consequências para, pelo menos, um deputado. André Vargas foi cassado, em plenário, por 359 votos favoráveis, um contrário e 6 abstenções. Ele perdeu os direitos políticos após a acusação de ter pegado carona no jatinho de Alberto Youssef e de ser apontado como o responsável por indicar um ex-assessor do Ministério da Saúde para trabalhar no Labogen, laboratório que, de acordo com a Polícia Federal, centralizava o esquema de lavagem de dinheiro de Youssef. Ele nega as acusações. A partir de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal deve dar início a investigação relacionada a outros políticos supostamente envolvidos no esquema.
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