O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira (23/12) que a Procuradoria-Geral da República negou o acesso do Planalto às informações sobre o possível envolvimento de ministeriáveis nas investigações da Operação Lava Jato. As nomeações dos futuros ministros, portanto, serão feitas sem levar em conta as possíveis citações dos candidatos nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.
;Nós entramos em contato com (Rodrigo) Janot, fazendo a ponderação de que gostaríamos de ter informações sobre nomes que comporiam a equipe, apenas para sabermos sobre a veracidade de matérias veiculadas pela imprensa;, disse Cardozo em coletiva de imprensa, logo após reunir-se com Dilma. ;Ele nos disse que não poderia fornecer qualquer informação. E que essa decisão não dependeria dele. Portanto, as nomeações serão feitas com base nas informações (oficiais) disponíveis até o momento;, disse Cardozo. O MPF e o Supremo ainda não divulgaram oficialmente qualquer informação sobre réus com foro privilegiado na operação Lava Jato.
O ministro aproveitou ainda para cutucar o ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. Na segunda-feira, Barbosa criticou Dilma em uma rede social, dizendo que o MPF ;não era órgão de assessoria;. ;Ministério Público é órgão de contenção do poder politico. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo;, disse Joaquim. ;Talvez o ministro Joaquim não tenha entendido bem;, ironizou Janot. ;Eu acho curiosa a crítica. Ter informações é algo básico. É natural que um governante, para formar sua equipe, queira ter informações. Não se pediu assessoria e nem consultoria;, disse Cardozo.