Politica

Patrimônio de novo ministro da Pesca Helder Barbalho cresceu 183%

Futuro titular da Pesca e filho de Jader Barbalho, teve aumento expressivo de bens em apenas seis anos

Eduardo Militão
postado em 27/12/2014 07:03
Helder Barbalho, candidato derrotado ao governo do Pará este ano, será empossado ministro em 1° de janeiro

O futuro ministro da Pesca, Helder Barbalho (PMDB-PA), filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), anunciado pela presidente Dilma Rousseff no início da semana, apresentou uma evolução patrimonial de 183% em apenas seis anos. Mais do que duplicou seu patrimônio, que, agora, inclui uma mansão com seis suítes, declarada por R$ 1,3 milhão. Em 2008, quando se candidatou pela segunda vez a prefeito de Ananindeua, no Pará, informou ter R$ 825.840 mil em bens e capital social de oito empresas. Neste ano, apresentou à Justiça Eleitoral lista que somava R$ 2,33 milhões. Além da casa, os novos itens englobam três imóveis sem edificações.

[SAIBAMAIS]Se for considerado o período de 2001, quando era vereador do município, até hoje, o novo ministro apresentou um ganho patrimonial de 97% acima da inflação do período. Há 13 anos, seus bens somavam R$ 531 mil (R$ 1,1 milhão em valores atualizados). Porém, em 2002, ano em que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Pará, o patrimônio subiu 11%, considerando a inflação, chegando a R$ 1,3 milhão. Em 2008, foi reeleito prefeito de Ananindeua e perdeu 10% dos seus bens, que passaram a somar R$ 1,1 milhão. No entanto, em 2014, dois anos após deixar a prefeitura, recuperou tudo. Seus bens praticamente dobraram e chegaram a R$ 2,3 milhões.

De olho na eleição de 2008, Helder Barbalho se desligou da Agropecuária Rio Branco Ltda., uma fazenda cheia de problemas com a Justiça. Ele era sócio minoritário do pai, Jader Barbalho. O empreendimento, que já foi denunciado pelo Ministério Público por trabalho análogo ao escravo, tem um processo de execução fiscal em razão de uma dívida de R$ 42 mil com a União. Em janeiro deste ano, o juiz José Leonardo Frota, da Comarca de São Miguel do Guamá, no Pará, mandou penhorar os bens da empresa para garantia do pagamento em questão. Neste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que não havia provas para enquadrar Jader Barbalho pela acusação de utilização de trabalho análogo ao escravo.

O novo ministro da Pesca chegou a ter o nome inscrito no sistema de dívida ativa da União. De acordo com dados do Ministério da Fazenda, há cinco processos sigilosos em andamento. Em 2010, a Agropecuária Rio Branco foi multada em mais de R$ 40 mil por uma doação irregular para a campanha do próprio Jader. O Tribunal Regional Eleitoral entendeu que a doação de R$ 61.650 ultrapassou em cinco vezes o limite permitido para a fazenda, que poderia ser de até 2% do faturamento bruto declarado no ano anterior. Sendo assim, a doação máxima que a Agropecuária poderia fazer seria em torno de R$ 12 mil. Neste ano, quando disputou o governo do Pará, Helder contou com doações da empresa em questão.

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