Politica

Sob a sombra da Petrobras, Dilma pede pacto contra a corrupção

Dilma admite que é preciso retomar a economia e promete que a educação será a maior prioridade de seu segundo mandato

Eduardo Militão
postado em 01/01/2015 17:05

A presidente reeleita Dilma Rousseff, que tomou posse nesta quinta-feira (1;) para seu segundo mandato, defendeu as investigações de corrupção na Petrobras, mas enfatizou que elas não podem fragilizar a empresa. Segundo ela, existem ;interesses contrariados; com o regime de partilha de exploração de petróleo, em que o governo fica com uma parte do óleo extraído, e com a política de conteúdo nacional, pela qual a estatal prioriza fornecedores brasileiros em suas obras. ;Temos que saber apurar e punir sem enfraquecer a Petrobras;, disse Dilma hoje à tarde, em discurso de mais de 40 minutos no Congresso Nacional, para uma plateia de parlamentares, logo após fazer o juramento de posse.
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A presidente disse que ;a corrupção deve ser extirpada; do Brasil porque ela ;humilha; os brasileiros ;de bem;. A Operação Lava-Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público colocou na cadeia e no banco dos réus, executivos das maiores construtoras do país e ex-diretores da Petrobras ligados a partidos políticos, como o PT de Dilma e o PMDB, do vice Michel Temer.

[SAIBAMAIS]Dilma ainda afirmou que enviará ao Congresso um pacote de cinco projetos para combater a corrupção e apressar o julgamento de processos contra políticos e pessoas acusadas de desviar dinheiro público.

Da creche à pós
A presidente ainda destacou que o lema de seu novo mandato será ;Brasil, pátria educadora;, como forma de priorizar a educação acima de todos os setores de seu governo. ;Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero;, defendeu Dilma. Ela fisse que é preciso democratizar o conhecimento de qualidade ;da creche à pós-graduação;. Ela destacou que os royalties do petróleo, como os vindos do pré-sal, se somarão a uma ;determinação política; de mais dinheiro para medidas como universalizar a educação infantil e a alfabetização no tempo certo, ampliar o ensino em tempo integral e formar professores.

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O orçamento do Ministério da Educação, de mais de R$ 80 bilhões, deve ganhar um adicional de R$ 21 bilhões por ano em média até 2030, segundo estudo da consultoria da Câmara dos Deputados. Apesar disso, o mesmo estudo, do ex-engenheiro da Petrobras Paulo César Lima, considera o valor baixo em relação aos R$ 6,4 trilhões de receita total a ser gerada pelo negócio, a maior parte dele destinado ao caixa de grandes empresas.

Menor sacrifício
No seu discurso, Dilma garantiu que fará um ajuste fiscal que garanta as políticas sociais. Ela admitiu que a economia brasileira não cresce como deveria. ;Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer;, afirmou a presidente. Para isso, defendeu ajuste nas contas públicas, aumento na poupança interna, ampliação do investimento e a elevação da produtividade da economia. ;Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados;, garantiu.

Apesar disso, Dilma minimizou problemas. Apesar de a inflação nos últimos doze meses já ter estourado a meta de 6,5%, a presidente mencionou que, nos anos de seu primeiro mandato, essa taxa não foi alcançada. ;E assim vai continuar;, prometeu. Ela ainda desfiou números que julgou favoráveis, como quantidade de investimentos e de usuários de internet, nível das reservas cambiais e volume das exportações. Ainda assim, Dilma disse ser necessário ter ;coragem; e ;paciência; para vencer os obstáculos

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