postado em 02/01/2015 17:07
Ao deixar o comando da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho ressaltou fidelidade à presidente Dilma Rousseff, falou em sentimento de "profunda gratidão" e defendeu os colegas de partido: "nós não somos ladrões". Na cerimônia de transmissão de cargo para o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, Carvalho agradeceu a "possibilidade de ter vivido essa experiência de 12 anos". Segundo Carvalho, é inquestionável o rigor ético da presidente na conduta pessoal e na maneira como conduz o governo. Ele desafiou a oposição a fazer uma devassa na evolução patrimonial de seus colegas. ;Volto para casa depois de 12 anos para minha quitinete rural e pro meu apartamento, que fiquei devendo pro Banco do Brasil durante 19 anos. Eu digo isso com muito orgulho e desafio a acompanharem a evolução patrimonial de nossos ministros. Não vamos levar desaforo pra casa, nós temos dignidade;, disse.
Ele, entretanto, reconheceu que houve quem errou. "É verdade que há entre nós aqueles que roubaram e caíram nos erros, mas, diferente de antes, cada um dos nossos companheiros que errou foi punido e pagou um preço. Foi doloroso para nós, isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano, que eu espero que aconteça de verdade;, disse.
A fidelidade aos princípios e ao projeto do partido foi o ponto mais ressaltado pelo ex-ministro. "Não temos que ter medo nem vergonha, nós mudamos a cara desse país no que é essencial", disse, ao destacar a redução da desigualdade social. Ele também criticou a declaração do candidato derrotado ao Planalto, Aécio Neves (PSDB). "Alguém disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha, porque para eles pobre é quadrilha, essa é a quadrilha dos pobres", arrematou.
Carvalho aproveitou para pedir desculpa pelas "dores de cabeça" que causou à presidente, principalmente com suas falas. "Eu falava e de repente, isso virava uma bomba, mas quero dizer que a vocês que não me arrependi em nenhum momento daquilo que foi tido como sincericídio", disse. Na opinião dele, o governo, além de analisar, precisa interpretar a realidade.
Ao assumir a Secretaria-Geral, Rossetto destacou que irá dar prioridade ao diálogo. "Iremos aprofundar essa experiência do diálogo, essa capacidade do diálogo, vamos estimular essa capacidade, vamos escutar respeitosamente todas as entidades", disse. O ministro também fez um chamamento para que a população e os movimentos sociais se engajem nas reformas que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer no país. Ele também destacou a necessidade de mudanças e o interesse em ajudar a comandá-las.