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"O problema dela é com o partido", diz Juca sobre críticas de Marta Suplicy

Empossado para uma segunda passagem pelo Ministério da Cultura, Juca Ferreira também negou envolvimento com possíveis irregularidades em repasse de R$ 105 milhões da pasta

postado em 12/01/2015 13:35

Juca Ferreira voltou ao Ministério da Cultura, onde esteve entre 2008 e 2010

Empossado nesta segunda-feira (12/1) para comandar pela segunda vez o Ministério da Cultura (MinC), Juca Ferreira devolveu as críticas recebidas da ex-ministra da pasta, a senadora Marta Suplicy (PT-SP). Logo após a indicação de Ferreira para o cargo pela presidente Dilma, a ex-prefeita da São Paulo disse que "a população brasileira não faz ideia dos desmandos" que ele teria promovido no ministério. Juca também negou haver irregularidades na parceria firmada entre a pasta e uma prestadora de servuços da Cinemateca Brasileira. O repasse de R$ 105 milhões está sendo investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU). Marta teria enviado documentos sobre o convênio à CGU, segundo o jornal O Estado de S.Paulo. A primeira passagem de Ferreira pelo MinC se deu entre 2008 e 2010, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu sou um alvo eventual. Ela (Marta) quis atirar em Deus e acabou acertando no padre de uma paróquia", ironizou Ferreira. "O problema dela é com o partido dela (PT), que é o meu também, é com a presidenta da República, é com o desejo já de algum tempo de ser candidata (à Prefeitura de São Paulo). Então, ela está manifestando um mau humor", completou. "Ela se voltou contra mim, porque na verdade eu não estou na linha de tiro dela, não é comigo o conflito. É porque eu fui mais aplaudido do que ela num evento cultural. Paciência. Eu não posso ser punido pela popularidade que vocês viram aí", gabou-se.

Prestigiado por 11 ministros e por convidados que lotaram a Funarte para a cerimônia de posse, Juca defendeu a renovação dos marcos regulatórios da cultura, como a revisão da lei de direitos autorais, e o aumento do financiamento para a área. Em diversos momentos, teve de interromper o discurso para dar lugar aos aplausos que vinham da plateia. Na defensiva - e sem ser perguntado - classificou os presentes ao auditório lotado como "pessoas que reconhecem um trabalho que foi feito". "Ninguém tem o direito de dizer que isso é claque, porque não é", disse.

Denúncia

O ministro classificou a apuração da CGU como um "procedimento costumeiro", no qual teriam sido encontradas "pequenas irregularidades" que, segundo ele, não ocorreram na primeira vez em que comandou a pasta da Cultura. "Denúncia não tem nenhuma", garantiu. "Esse processo que rola na CGU, além de ser rotineiro, não foi ela que apresentou. A única parte que ela apresentou é referente à administração dela e da Ana de Hollanda. Vamos ter paciência e esperar o posicionamento da CGU."

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