Politica

Defesa de Cerveró não quer que ex-diretor feche acordo de delação premiada

Advogado descarta qualquer possibilidade de o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras fechar acordo com a Justiça para contar tudo o que sabe sobre o esquema de corrupção na estatal

postado em 17/01/2015 08:09
Cerveró: Coaf registrou movimentação financeira de R$ 500 mil em dezembro

A defesa do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró descartou, na tarde de ontem, qualquer hipótese de acordo de delação premiada. ;Não há a menor chance disso prosperar. No caso dele, não cabe. Chance zero. A gente nem sequer trata deste assunto. O meu cliente está inconformado com a prisão;, atestou o advogado Edson Ribeiro. No meio político, no entanto, informações de bastidores apontam que o ex-executivo da estatal estaria disposto a colaborar com as investigações para tentar redução de uma possível pena. Para isso ocorrer, ele teria que mudar de advogado. Cerveró, que tinha trânsito livre em gabinetes de deputados e senadores em Brasília, guarda mágoas da presidente Dilma Roussseff, que o apontou como o grande responsável pelo ;projeto falho; que embasou a decisão para a polêmica compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006.

Em dezembro do ano passado, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos referentes à Operação Lava-Jato, aceitou denúncia contra Nestor Cerveró por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Federal, o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, e Cerveró receberam US$ 40 milhões de propina entre 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda destinados à perfuração de águas profundas na África e no México. No depoimento prestado à Polícia Federal na quinta-feira, Cerveró negou ter recebido qualquer suborno de Baiano e também que valores tivessem sido oferecidos.

Ontem, o advogado Edson Ribeiro explicou que o ex-diretor está tranquilo, porém indignado com a prisão. ;A decisão sobre o habeas corpus impetrado só deve sair na terça ou na quarta-feir;, alegou. Nesta sexta-feira, a Justiça Federal recusou no fim da tarde o pedido de habeas corpus, mas a tendência é que o advogado recorra ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ele explicou que a defesa anexou à petição um parecer técnico, elaborado pelo escritório Saddy Advogados, atestando que a responsabilidade exclusiva sobre a negociação da refinaria de Pasadena é do Conselho de Administração, presidido, na época, pela presidente Dilma. O negócio gerou um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras.

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