Daniela Garcia
postado em 18/01/2015 08:02
O aluguel de imóveis para agências reguladoras, conselhos e ministérios em Brasília custou caro ao contribuinte em 2014: foram cerca de R$ 321,38 milhões, segundo levantamento realizado pelo Correio e pela ONG Contas Abertas, com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Os contratos, muitas vezes feitos com dispensa de licitação, são geridos pelos órgãos, sem um controle centralizado. A própria Secretaria de Patrimônio da União (SPU) admitiu não fazer ideia de quanto foi gasto no ano passado. Segundo especialista ouvido pela reportagem, nem mesmo o corte determinado pela nova equipe econômica de Dilma deve ser capaz de diminuir a despesa federal com a locação de espaços físicos em 2015.Justiça, Educação e Transportes foram as pastas que mais gastaram com aluguéis em Brasília no ano passado. Mesmo dispondo do Bloco T e de dois anexos na Esplanada, o ministério chefiado por José Eduardo Cardozo (Justiça) e órgãos ligados à pasta precisaram de mais de R$ 35,2 milhões em 2014 para os aluguéis. A Fundação Nacional do Índio (Funai), por exemplo, gastou de cerca de R$ 14,7 milhões para manter a sede no Setor Bancário Sul, enquanto o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pagou R$ 9,9 milhões em um suntuoso prédio na 515 Norte.
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Coube à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), subordinada ao Ministério dos Transportes, o maior aluguel de Brasília, com R$ 26,9 milhões gastos com a sede do órgão, no Setor de Clubes Sul. Ao todo, a pasta chefiada pelo PR despendeu R$ 34,7 milhões em aluguéis em Brasília. Já o Ministério da Educação usou outros R$ 32,2 milhões, parte deles para órgãos como a sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): R$ 13,9 milhões. O valor leva em conta os restos a pagar quitados no ano passado.
Entre as empresas, a principal beneficiada com os pagamentos do Executivo foi a Inovar Construções e Empreendimentos, com R$ 54,4 milhões recebidos no ano passado. A companhia alugou imóveis para a Secretaria de Portos, R$ 1,7 milhão; para a sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), R$ 10,3 milhões; e para o anexo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na 102/103 Norte, ao custo de R$ 7,4 milhões, entre outros. Em seguida, vem a Multi Construtora, com R$ 26,7 milhões, e as empresas do grupo Disbrave, com R$ 16,3 milhões.
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