postado em 20/01/2015 20:35
A empreiteira Alumuni Engenharia S/A, citada na operação Lava-Jato, teve o pedido de recuperação judicial atendido pelo juiz da 2; Vara de Falências de São Paulo. A empresa foi a primeira das mencionadas na operação a entrar com o recurso.A empresa, que à época das supostas práticas ilegais tinha o nome de Alusa, foi citada em depoimentos que ocorreram em dezembro de 2014. Apesar do escândalo de corrupção, nenhum de seus diretores foi preso.
Após a divulgação da operação que desmantelou o esquema de corrupção envolvendo construtoras e a estatal, a Petrobras suspendeu os pagamentos às empreiteiras citadas no processo. Sem a verba, a empresa não teve condições de pagar as dívidas. Em dezembro, a empresa descumpriu decisão da Justiça do Trabalho de Permambuco para pagar R$ 96 milhões em salários atrasados de 4,8 mil pessoas que trabalharam na Refinaria Abreu e Lima, principal obra investigada na operação.
No mesmo período, o Ministério Público do Trabalho foi acionado para cobrar da Alumini o pagamento de salários atrasados dos funcionários que participaram da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), obra também sob suspeita de superfaturamento. Com recuperação judicial, a Alumuni deve fazer acordo com os credores para quitar os débitos, evitar a falência e superar a crise.
No total, a estatal bloqueou os recursos de 23 fornecedoras citadas como participantes do cartel. Os depoimentos do ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef à Justiça do Paraná foram cruciais para que a decisão fosse tomada pela diretoria executiva da Petrobras.