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Petrobras busca empresas do exterior para manter projetos em andamento

Com barreira a empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras, mercado teme licitação exclusiva para grupos do exterior e prevê efeitos negativos, como demissões na indústria nacional

Marcelo da Fonseca/Estado de Minas
postado em 22/01/2015 07:56

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A Petrobras terá que se desdobrar para manter investimentos previstos para 2015 sem desrespeitar regras da Agência Nacional de Petróleo (ANP) ou provocar prejuízos para fornecedores nacionais. Com as principais empreiteiras brasileiras, investigadas na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, impedidas de fechar novos contratos com a estatal, a empresa buscará, fora do país, uma forma de manter projetos em andamento. Já estão sendo convidadas empreiteiras estrangeiras para participar da próxima licitação. No entanto, como uma regra aprovada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010, determina que mesmo as empresas estrangeiras devem usar um percentual de materiais produzidos no Brasil para plataformas e navios de produção de petróleo, a Petrobras terá de negociar a aplicação da norma com as estrangeiras interessadas em participar das próximas concorrências. A indústria nacional teme ficar de fora e já critica a decisão.

Em fevereiro, a Petrobras fará a primeira grande licitação depois do início das investigações da Polícia Federal que levou à prisão ex-diretores da estatal e executivos de empreiteiras acusados de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Será licitada a compra de módulos de compressão para seis unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSO, na sigla em inglês). Conhecidas como navios-plataformas, as FPSO eram produzidas, até o fim do ano passado, pela Iesa Óleo e Gás, empresa que também está na lista das investigadas e proibidas de fechar contratos com a Petrobras. O acordo com a Iesa foi firmado em 2012 e previa um investimento de R$ 1,3 bilhão, mas foi cancelado em dezembro de 2014.

A Petrobras não informou a que empresas enviou convites para o certame de fevereiro nem se há brasileiras na lista, mas, nos bastidores do setor, as informações são de que apenas grupos estrangeiros foram chamados para a licitação. Entre eles, estariam companhias da China e de Singapura, como a Keppel Fels, que já tem um estaleiro em Angra dos Reis (RJ), e de outros países, como a Cobra, da Espanha, e a Modec, do Japão. O motivo de preocupação na indústria brasileira é que não só as empresas estrangeiras ficarão responsáveis pela construção dos navios-plataforma, como também privilegiariam fornecedores de fora.

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