postado em 23/01/2015 07:00
A menos de duas semanas das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, os ânimos estão acirrados na base do governo. O líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha, rebateu ontem as críticas disparadas a ele pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo. Cunha chamou Fontana de ;líder fraco, desagregado;. As eleições da Casa serão em 1; de fevereiro. Disputa o comando da Casa, além de Cunha e Chinaglia, o deputado Julio Delgado (PSB-MG).
;A bancada do PMDB na Câmara não reconhecerá mais a sua liderança e não se submeterá mais a ela;, disse Cunha, por meio de uma rede social. ;Fontana sempre foi um líder fraco, desagregador, radical em suas posições e que levou o governo a várias derrotas pelas posições;, afirmou. ;Ele se comporta como líder do PT no governo e não como líder de um governo que tem vários partidos na base. É inaceitável a interferência como líder do governo na eleição da Câmara;, completou.
O conflito entre os dois começou quando Cunha afirmou ser vítima de um ;golpe; organizado pela Polícia Federal, sob a ordem do governo. O deputado se referiu a um áudio em que um suposto policial ameaça divulgar uma série de informações comprometedoras sobre ele. O peemedebista disse, na terça-feira, ter recebido informações de integrantes da PF de que a gravação foi forjada como um movimento para prejudicar a candidatura dele. Ele afirmou a jornalistas ser vítima de ;alopragem; dos adversários. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso.
A fala de Cunha irritou o Planalto, e Fontana criticou a acusação, classificando-a como ;infeliz;. ;Ameaçar com sequelas não é nada democrático;, disse o líder do governo. Fontana também afirmou que é inaceitável a acusação de que o governo ou a PF tenham armado algo para prejudicá-lo. Em outra frente do embate, Fontana disse ainda achar ;natural; ministros pedirem voto para os candidatos na Casa. O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, chamou deputados de partidos nanicos e os orientou a evitar a tensão na base, para não haver sequelas aos concorrentes. Cunha criticou a tentativa do governo de interferir nas eleições. A reportagem tentou entrar em contato com Fontana, mas ele não atendeu às ligações.
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