Naira Trindade
postado em 30/01/2015 06:01
O jogo do toma lá da cá na eleição para a presidência da Câmara, que ocorre no próximo domingo, ganhou contornos de última hora. O alvo da vez é o conjunto de 223 novos deputados que tomam posse no fim de semana. Ontem, o candidato Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que já existe um entendimento do PMDB para não votar o Orçamento, cujas emendas foram encaminhadas no ano passado, se não houver um ajuste no projeto para permitir que todos os parlamentares novatos sejam contemplados. Uma barganha de R$ 3,63 bilhões. Cada deputado ou senador tem direito a R$ 16,3 milhões em emendas. A proposta do peemedebista não tem nenhum amparo legal, no entanto, no Congresso, ressaltam alguns parlamentares, há sempre brechas para acordos políticos.[SAIBAMAIS];O PMDB já tem um entendimento ; até porque tenho 28 novos deputados na minha bancada ; que não vamos votar o Orçamento sem o ajuste para permitir que todos os novatos tenham a participação no Orçamento Impositivo. É uma participação que independe da eleição, até porque é uma decisão de Congresso, que tem de ser tomada de acordo com o Orçamento;, afirmou Cunha.
O deputado fluminense resolveu se antecipar, porque disse ;ouvir relatos; de que o governo estaria usando o Orçamento de 2015 para barganhar votos com os deputados novatos e fazer ameaças de retaliação a quem não votar no concorrente petista, Arlindo Chinaglia (SP). ;Estou ouvindo muitos relatos dos deputados, inclusive dos novos, que tem gente no governo dizendo que vai liberar as emendas. Os novos ainda não têm Orçamento Impositivo porque não fizeram emendas no ano passado, então estão prometendo a eles que vão liberar recursos;, acusou Cunha.
Dos 513 que tomarão posse em 1; de fevereiro, 223 parlamentares não estavam na legislatura passada. Por isso, não tiveram oportunidade de indicar suas emendas para o Orçamento de 2015. Porém, a proposta do Orçamento ; que deveria ter sido votada no ano passado ; ainda precisa ser apreciada pela Casa.
A disposição do senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta, é votar o texto já na próxima semana. Nos bastidores, circula a informação de que o próprio PMDB não vai bancar a proposta de Cunha. Líder do partido na Câmara, Cunha frisou ainda que, se verdadeiras essas ameaças, ;falta maturidade política; ao governo nas negociações eleitorais. ;Não é com ameaças e retaliações que você vai manter uma base para aprovar emendas constitucionais ou para medidas provisórias de ajustes fiscais.;
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