Eduardo Militão
postado em 04/02/2015 06:00
O executivo da Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto entregou à Polícia Federal documentos que, segundo ele, comprovam que pagou propinas sob a forma de doações eleitorais oficiais para o Partido dos Trabalhadores. Ele disse que o ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque ordenou que os valores fossem pagos em troca dos contratos que a construtora obteve com a estatal. Ontem, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com a comandante da Petrobras, Graça Foster, para discutir mudanças na direção da empresa. Entre as causas da demissão está a controvérsia sobre a divulgação das perdas da Petrobras com as denúncias de corrupção (leia mais nas páginas 7, 8 e 9).
[SAIBAMAIS]Em Curitiba, o executivo Mendonça relacionou 34 páginas de recibos do PT e transferências bancárias com 29 doações eleitorais ao partido entre 2008 e 2012. Ao todo, elas somam R$ 4,26 milhões, sendo quase 80% em 2010 e 2011, após as eleições em que Dilma Rousseff foi eleita presidente pela primeira vez. Os pagamentos foram feitos por meio de três empresas ligadas à empreiteira e ao próprio executivo.
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A maioria dos comprovantes se refere a financiamento para o Diretório Nacional do PT. Porém, em 8 de março de 2012, meses antes das eleições municipais, o diretório municipal de São Paulo recebeu R$ 250 mil da Setal Óleo e Gás. Naquele ano, o prefeito Fernando Haddad conseguiu se eleger na maior cidade do país.
Em 23 de outubro de 2008, dias após o primeiro turno das eleições municipais, foi feita uma doação de R$ 100 mil do caixa da empresa Setec, do grupo da Setal. O destino foi o diretório petista da Bahia. Naquele ano, o candidato a prefeito da capital do PT era o senador Walter Pinheiro, que chegou ao segundo turno, mas não venceu a disputa. Em 12 de dezembro de 2011, meses antes das disputas municipais, o diretório municipal de Porto Alegre recebeu R$ 250 mil da SOG. Nas eleições seguintes, o candidato dos petistas foi Adão Villaverde, que não se elegeu.
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