Politica

Saída de Graça Foster da Petrobras foi tardia, dizem deputados da oposição

O presidente do PT, Rui Falcão, disse que a saída foi no momento oportuno de "foro íntimo"

postado em 04/02/2015 16:36
A renúncia da presidenta da Petrobras, Graça Foster, repercutiu diferentemente entre parlamentares da oposição e da base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados. Para os oposicionistas, a saída de Graça, que ficou três anos à frente da maior empresa do país, foi tardia. A saída foi anunciada hoje (4), por meio de nota divulgada pela empresa.

[SAIBAMAIS];Pedíamos desde setembro essa saída;, disse o líder do PSBD na Casa, Carlos Sampaio (SP), após o anúncio de que Graça Foster e cinco diretores da petroleira renunciaram ao cargo. Segundo Sampaio, ela foi demitida por ter cumprido "a missão de limpar a barra do governo" nos casos de corrupção envolvendo a estatal.



[SAIBAMAIS]Em nota, o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que a insistência em manter Graça Foster na presidência gerou especulações de que ela foi conivente com os desmandos na empresa. ;Primeiro, ela negou que houvesse qualquer tipo de irregularidade na estatal, e logo depois a denúncia do Ministério Público mostrou envolvimento de três ex-diretores: Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque;.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) rechaçou a afirmação da oposição de que houve demora na saída de Graça Foster. Segundo ele, apesar de a saída já ser prevista, a renúncia só precipitou a mudança na diretoria, prevista para março. ;A Petrobras tinha um calendário próprio, que era a mudança do Conselho de Administração, e o prazo previsto era o de março. Na minha opinião, ela [Dilma Rousseff] iniciou o processo de mudança que resultou hoje na saída da Graça Foster;, minimizou.

Ontem, Graça Foster participou de reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Ao longo do dia alguns veículos de imprensa noticiaram a possibilidade da saída dela da presidência da Petrobras, em função do desgaste causado pelas denúncias de corrupção na empresa.

Segundo Teixeira, esse fator pesou em desfavor de Foster. ;A descoberta da existência de um cartel na Petrobras fez com que a atual direção perdesse a governabilidade. Assim, é fundamental que uma empresa desse porte tenha outro tipo de governança que possa atravessar esse momento e fazer com que a Petrobras lidere o mercado de petróleo mundialmente, que é a sua vocação;, defendeu.

A definição sobre a nova diretoria da Petrobras ocorrerá na reunião do Conselho de Administração da estatal, na próxima sexta-feira (6).

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