postado em 05/02/2015 16:55
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, afirmou em depoimento à força tarefa da Operação Lava-Jato que, durante uma movimentação de cerca US$ 6 milhões de dólares oriundos de propinas para contas no Banco Lombard Odier, em Paris, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque perdeu o recurso enquanto lidava com um agente brasileiro do banco, citado apenas como ;Roberto;.O delator não precisou a data em que ocorreu a movimentação, mas afirma que foi "anos antes" de 2011. De acordo com Barusco, ele mesmo era responsável pela cobrança das empresas envolvidas no cartel, uma vez que Duque era ;desorganizado com as questões que envolviam o recebimento de propinas;. Desconfortável em ter que gerenciar o dinheiro do ex-diretor, Barusco viajou a Paris com Duque e entrou em contato com Roberto, que os aconselhou a abrir duas contas passagens no Banco Lombard Odier.
[SAIBAMAIS]Barusco, no entanto, afirma ter se incomodado com a falta de informações que Roberto passava sobre as contas. Como, de acordo com o delator, partiu de Duque a iniciativa de depositar os US$ 6 milhões nas contas indicadas pelo agente bancário, Barusco sugeriu que o ex-diretor de Serviços se apropriasse de todo valor das contas como parte de sua ;cota; das propinas.
Segundo o delator, Duque o procurou posteriormente afirmando que "Roberto havia sumido e que os valores depositados nas duas contas haviam sido perdidos". De acordo com Barusco, o prejuízo acabou sendo dividido entre os dois a pedido do ex-diretor.
Barusco também detalha como era a divisão de propinas entre ele e Duque. De acordo com o delator, em contratos em que apenas os dois eram pagos, 60% da propina ficava com Duque, e os 40% restantes com ele. Já em contratos que contavam com outro operador, 40% era repassado para Duque, e os 60% restantes eram divididos entre Barusco e o outro operador. O delator afirmou não saber precisamente o valor recebido por Duque enquanto este era diretor de Serviços da Petrobrás, mas reafirmou que recebeu cerca de US$ 97 milhões em propinas relativas a mais de 60 contratos assinados entre diversas empresas e a Petrobrás.