Politica

Em festa do PT, Lula compara Operação Lava-Jato ao mensalão

O ex-presidente criticou a militância do partido e criticou a mídia

Estado de Minas
postado em 06/02/2015 22:46

Festa em comemoração aos 35 anos do Partido dos TrabalhadoresO ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso nas comemorações dos 35 anos do PT lendo um texto previamente redigido. Segundo informações de participantes do evento, o ex-presidente convocou o PT a reagir, sob o risco de o Judiciário "julgar [os crimes investigados pela Operação Lava Jato] pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei". "Descobri lamentavelmente no mensalão que o julgamento não é jurídico, é político", disse o ex-presidente, segundo relatos. A presidente Dilma Rousseff fez coro: "Precisamos travar a batalha da comunicação".

"Se ficarmos quietos, a sentença já está dada", declarou o presidente de honra da legenda. ;A briga é política. O PT tem que ter essa consciência. Tem que usar a tribuna, tem que responder, tem que votar, tem que gritar tanto quanto eles, tanto na Câmara, quanto no Senado;, declarou antes de concluir: ;O PT vai ter que voltar para a luta;.

Ainda durante sua fala, o ex-presidente abandonou o texto e se dirigiu de improviso aos presentes, criticando a oposição e o atual modelo de financiamento de campanhas, os critérios de informação adotados pela mídia, o que chamou de "cruzada contra a Petrobras" e, ainda, pediu novos rumos e atitudes para a militância, o PT e pediu responsabilidade, pregando que "o partido precisa buscar as respostas em suas raízes" e mudar.

Com um final autocrítico, Lula fez um alerta para o PT não se tornar, segundo ele, um partido "de gabinete, igual aos outros", criticando a militância que disputa cargos e classificou isso como "origem dos vícios". Segundo ele, isso está chegando ao limite e é preciso dar um fim nesta situação.

O ex-presidente ainda disse que a oposição prestará contas a história "pela maneira anti-democrática que está agindo" e acusou-a de tentar destruir a Petrobras para uma possível privatização.


Dilma
;Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos;, disse a presidente Dilma Rousseff. Ela pediu à militância que desminta quando for dito que o governo vai acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, ;digam que não é verdade! Nós temos políticas de valorização do salário mínimo;.

Sobre a crise da água, Dilma pediu para que os petistas lembrem que, desde o início da maior estiagem dos últimos anos, o governo federal apóia, com investimentos, todos os governos que enfrentam problemas com estiagem.

Em meio às denúncias de corrupção e de má gestão na maior empresa brasileira, o evento, realizado no Minascentro, no Centro de Belo Horizonte, contou com a presença da presidente Dilma, do presidente uruguaio José Mujica, além de governadores e ministros. Os dirigentes exaltaram o partido e convocaram militantes a andar de cabeça erguida e defender a legenda das acusações que vem sofrendo. Durante os discursos, em sua maioria festivos, Lula também criticou a criminalização do partido.

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