Eduardo Militão
postado em 07/02/2015 07:57
Os investigadores da Operação Lava-Jato afirmaram ontem que movimentações bancárias sob análise da Procuradoria confirmam os depoimentos prestados por Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras e ex-diretor da Sete Brasil, empresa que intermedeia o fornecimento de navios para o pré-sal. De acordo com o coordenador da força-tarefa do Ministério Público, Deltan Dallagnol, existem provas robustas sendo analisadas pela Procuradoria que corroboram acusações de pagamentos de propina descritas na delação premiada, prestada no final de novembro e início de dezembro passado. Os indicativos são mais fortes com relação ao ex-diretor de Engenharia da Petrobras Renato Duque. ;O grande problema nessas situações é provar o link com o beneficiário;, disse ele ao Correio ontem. ;Mas não no caso do Duque, que tem contas fora. Esse será fácil.;
Além de Duque, Barusco afirmou que outras pessoas receberam propinas a partir de contratos firmados pelas empresas com a Petrobras. Entre elas, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Segundo o delator, foram pagos entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões ao partido entre 2003 e 2013. Anteontem, o partido disse que as afirmações de ;um ex-gerente; procuram envolver a legenda, ;mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito;.
Anteontem, o advogado de Duque foi na mesma linha. Alexandre Lopes disse que Barusco ;mentiu; ao fazer ;delação falaciosa; para obter um ;prêmio, que é o de permanecer em liberdade, apesar de ter confessado inúmeros crimes;. ;Malgrado todas as suas assertivas, (ele) não apresentou ao Ministério Público Federal nenhuma prova contra Renato Duque, o que demonstra a fantasia das acusações;, disse Lopes.
Segundo Dallagnol, a dificuldade de encontrar o link entre as movimentações financeiras dos acusados é maior quando há intermediários ; o que não é o caso de Duque. Desde que Barusco prestou o depoimento para a delação premiada, entregando planilhas com a distribuição de suborno, a tarefa do grupo de cinco delegados, oito procuradores, agentes, peritos e analistas é encontrar indícios desses vínculos.
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