postado em 10/02/2015 17:08
A Câmara dos Deputados definiu no começo da tarde desta terça-feira (10) a mesa da Comissão Especial criada para tratar da reforma política. O bloco partidário reunido em torno do PMDB ocupará a presidência e a relatoria do novo colegiado, com os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Marcelo Castro (PMDB-PI), respectivamente. O PT, que na semana passada chegou a obstruir a sessão que decidiu pela instalação da Comissão, foi contemplado com a 1; vice-presidência, apesar de possuir a maior bancada da Câmara. O cargo será ocupado por Rubens Otoni (PT-GO).O PSDB ocupará a 2; vice-presidência, com o deputado Marcus Pestana (MG). O PSB disporá da 3; vice-presidência, que deve ser ocupada por Luiza Erundina (SP). Na semana passada, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixou claro que pretende formatar e votar uma proposta de reforma política até setembro, para que as novas regras estejam em vigor já nas eleições de 2016. Ao todo, a comissão terá 34 parlamentares, sendo 10 do bloco chefiado pelo PT, 14 do bloco peemedebista e sete do bloco de oposição, formado por PSDB, PSB, PV e SD. As emendas apresentadas ao texto precisam da assinatura de pelo menos 171 deputados.
Polêmica
Entre os temas que dividem os parlamentares, o principal é a forma de financiamento das campanhas eleitorais. Nos discursos logo após a instalação, parlamentares já manifestavam ideias diferentes sobre o tema.
;Não é o sistema político eleitoral culpado pela corrupção. É uma das válvulas onde a corrupção se manifesta, e nós temos que aperfeiçoar. Mas corrupção se combate com corrupto na cadeia. Tem muito caso de corrupção que tem a ver com enriquecimento ilícito, e não com as campanhas;, disse Marcus Pestana, que é presidente do PSDB de Minas Gerais.
;Precisamos de uma reforma que fortaleça os partidos políticos, e que diminua drasticamente a influência do poder econômico no processo eleitoral. É vergonhoso o que a gente escuta todos os dias. ;Ah, fulano é uma boa pessoa. Mas nunca vai ser eleito, porque não têm dinheiro;. O dinheiro não pode ser um fator preponderante ou determinante da vitória eleitoral. Vou discutir de igual para igual e vou por no relatório aquilo que vossas excelências decidirem;, disse o relator Marcelo Castro.