Politica

'GT político' da Lava-Jato ouve delatores no Rio e em Curitiba

Depoimentos foram colhidos em sigilo nesta quarta-feira após autorização do STF

Eduardo Militão
postado em 11/02/2015 19:45

Depoimentos foram colhidos em sigilo nesta quarta-feira após autorização do STF

Dois delatores da Operação Lava-Jato prestaram depoimentos complementares sigilosos nesta quarta-feira (11/2) para subsidiar investigações contra políticos potencialmente envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. Os nomes são mantidos em sigilo. O doleiro Alberto Youssef foi ouvido por procuradores e policiais na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, no Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

O doleiro começou seu depoimento pela manhã e continuou pela tarde, segundo apurou o Correio, mas não se sabe se já foi concluído. O de Paulo Roberto já terminou. O ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, autorizou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a tomar depoimentos dos delatores para sanar dúvidas a respeito das investigações.

Um grupo de trabalho de dez promotores e procuradores auxilia Janot na condução de 42 procedimentos sigilosos contra políticos. Se encontrarem indícios de crime, vão pedir ao STF abertura de inquérito contra as autoridades. Se não, arquivamento. Os nomes são mantidos em sigilo.

Youssef e Paulo Roberto revelaram esquemas de pagamentos de propinas na Petrobras. Em troca, firmaram acordo de colaboração para confessar seus crimes, devolverem o dinheiro obtido ilegalmente, denunciar outros participantes, indicar provas e obterem redução de suas penas. Dezenas de políticos foram citados em suas delações, e os investigadores possuem documentos e planilhas que mencionam pagamentos a diversas autoridades, como uma lista de doações e uma relação de obras e parlamentares produzida pela Camargo Corrêa.

A empreiteira é uma das empresas que negocia um acordo de leniência com o Ministério Público. A PF aguarda esse acordo, inclusive, para impulsionar um inquérito que apura o bilionário mercado offshore, de vendas de navios-sondas para a Petrobras. Segundo o delator e ex-gerente Pedro Barusco, as propinas nesse mercado eram pagas por estaleiros e chegavam ao caixa do Partido dos Trabalhadores, que nega irregularidades.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação