Eduardo Militão
postado em 12/02/2015 14:42
A partir de agora, o processo de extradição do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil e condenado no mensalão, Henrique Pizzolato, será mais político do que jurídico. A Procuradoria Geral da República (PGR) vai pedir apoio do Ministério da Justiça e do Itamaraty para que eles façam contato com o Ministério da Justiça italiano, uma forma de pressão pela entrega de Pizzolato.Os procuradores regionais que cuidam do caso na PGR, Vladimir Aras e Eduardo Pelella, não acreditam que o caso de Cesare Battisti vá atrapalhar as negociações. Preso no Brasil, ele acabou não sendo extraditado para a Itália por crimes cometidos no país europeu, mesmo com pedidos do judiciário italiano.
[SAIBAMAIS]Segundo Pellela e Aras, a decisão política vai se basear na escolha ou não de enviar ao Brasil um preso com nacionalidade italiana. A constituição italiana permite esse processo, ao contrário da brasileira. Ainda assim, não há garantias de que o país europeu vai extraditar Pizzolato. ;Não é necessariamente simples a entrega de um nacional;, afirmou Pelella. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, pode ser que o ministério italiano tome a mesma medida em reciprocidade. Pesam no sentido contrário um acordo de cooperação entre os dois países e o histórico positivo de relacionamento.
Em 1984, o Brasil extraditou para a Itália o mafioso Tommaso Buscetta, fundamental para desvendar os segredos da máfia italiana na operação Mãos Limpas. Depois do caso Battisti, outros italianos já foram extraditados de volta ao seu país de origem. Se o Ministério da Justiça italiano não permitir a volta de Pizzolato ao Brasil, a PGR entrará com um pedido para que o ex-banqueiro cumpra a pena que recebeu pelo envolvimento no precesso do mensalão no próprio país europeu.